Foram dois dias de angústia, procurando nos necrotérios e hospitais, mas finalmente Azwan encontrou a esposa Dewi, que havia sido arrastada pelo tsunami na cidade indonésia de Palu.
Ou seja, uma quase segunda parte do filme "O impossível" (2012), que conta a trágica história real, mas com final feliz, de um casal e seus três filhos separados por um violento tsunami na Tailândia.
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Número de mortos por terremotos e tsunami na Indonésia passa de 1.200Cidade da Indonésia é atingida por tsunami após forte terremotoAquecimento global aumenta risco de tsunamis gerados por deslizamento de terra"Estava tão feliz, tão emocionado. Graças a Deus consegui voltar a encontrá-la", disse à AFP. Como muitos indonésios, Azwan tem apenas um nome.
Palu, cidade de 350.000 habitantes na costa oeste da ilha Célebes, foi abalada na sexta-feira por um violento terremoto, seguido de um tsunami devastador.
Desde então reinam a desesperança e dor, com mais de 1.200 mortos, de acordo com o balanço mais recente. A história de Azwan e Dewi é uma exceção.
Dewi estava registrando os convidados que participariam em um festival em um hotel quando a terra tremeu. Uma hora depois a onda gigante atingiu a cidade.
"A onda me acertou com força. Quando retomei a consciência estava na rua, na frente do hotel. Lembro que ouvi as pessoas gritando 'tsunami, tsunami'", conta à AFP.
Ela caminhou pelas ruas repletas de escombros e passou a noite em um abrigo.
"Sem comida, sem água", recorda.
No outro lado da cidade, Azwan estava angustiado. Ele escapou da tragédia com a filha, mas não tinha nenhuma notícia da mulher.
Ele iniciou uma busca que durou quase dois dias, com visitas a necrotérios e hospitais lotados.
"Como não via minha mulher nos sacos (mortuários), retornei ao hospital e verifiquei no necrotério", recorda Azwan. "Havia uma quantidade gigantesca de corpos. Estava tudo desordenado, uns por cima dos outros".
No domingo, quando se preparava para aceitar a "vontade de Deus", a esposa apareceu na casa da família, de moto.
"Quando desceu da moto foi uma euforia", conta Azwan. "Todos choravam. Os parentes, chorando, a abraçaram".
Dewi agradece a Deus pela "segunda chance", mas ainda tem dificuldades para acreditar em tudo.
"Mesmo agora não consigo acreditar que estou vivia.
Ao menos 1.234 pessoas morreram no terremoto e tsunami na ilha indonésia, de acordo com o balanço mais recente.
O Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU calcula que 191.000 pessoas precisam de ajuda humanitária de emergência, incluindo 46.000 crianças e 14.000 idosos.
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