Um Brexit sem acordo poderia provocar uma recessão econômica no Reino Unido em 2019, advertiu o diretor executivo do banco RBS, Ross McEwan, em uma entrevista à BBC.
"Antecipamos um crescimento de entre 1% e 1,5% para o próximo ano, mas no caso de um Brexit duro pode ser zero ou negativo", disse, antes de completar que isto vai afetar nossa rentabilidade e cotações na Bolsa.
O RBS, um dos maiores bancos do país, é controlado pelo Estado britânico, que possui a maior parte de seu capital desde que evitou a falência da empresa durante a crise financeira de 2008.
No contexto incerto do Brexit, o banco se tornou mais prudente na concessão de créditos a alguns setores da economia, como o comércio ou a construção, explicou McEwan.
Também indicou que algumas grandes empresas estão adiando os investimentos, para aguardar o resultado das negociações sobre a saída britânica da União Europeia, prevista para 29 de março de 2019.
"Estamos vendo as grandes corporações pausando seus investimentos no Reino Unido porque estão aguardando e questionado: Esperamos por mais seis meses para ver qual é o resultado? E é isso que estão fazendo".
Esta não é a primeira advertência sobre o Brexit feita pelo diretor do RBS. Em setembro, ele afirmou que o banco se preparava para o "pior" cenário, o que em 2017 o levou a escolher Amsterdã como sede europeia para seguir operando com seus clientes na UE.
A saída do mercado único europeu implica para os bancos estabelecidos no Reino Unidos a perda do passaporte financeiro europeu, que até agora permite oferecer serviços em todo o bloco, independente da localização de sua sede.
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