Máximo Kirchner, filho dos ex-presidentes da Argentina Néstor e Cristina Kirchner (2003-2015), compareceu nesta terça-feira (23) aos tribunais para depôr no caso conhecida como "os cadernos da corrupção", que investiga o pagamento de propinas milionárias em troca de contratos de construção.
Máximo Kirchner se apresentou por ordem do juiz Claudio Bonadio, a quem entregou um documento em que criticou o procedimento. "Não existe nenhum elemento probatório que justifique sequer remotamente minha citação", afirma no texto.
O filho de Cristina Kirchner se viu envolvido no processo por causa das declarações ex-funcionário do governo José López, que garantiu que Máximo recebeu alguns dos pagamentos que importantes empresários entregaram em dinheiro dentro de maletas.
Nesta terça, Máximo manifestou dúvidas sobre a declaração de José López e pediu que lhe dessem permissão para que pudesse vê-la.
No processo, Cristina Kirchner foi considerada "chefe de uma organização criminosa", o que levou o juiz a pedir a suspensão do foro privilegiado da ex-presidente e sua prisão preventiva.
No entanto, a ex-presidente e atual senadora não pode ser detida devido à sua imunidade parlamentar, embora ela possa ser julgada e condenada. O mesmo se aplica para seu filho Máximo, que é deputado.
O escândalo dos "cadernos de corrupção" veio à tona após a revelação de anotações de um motorista do ministério do Planejamento que entregava as propinas sob a forma de malas de dinheiro.
Estas anotações, feitas em cadernos escolares, se somaram às confissões de uma dúzia de envolvidos que decidiram colaborar com a justiça.
Em um vídeo divulgado no domingo, a ex-presidente mostrou alguns danos durante os três dias de busca em sua casa em El Calafate e responsabilizou o juiz. "Foi mais um capítulo de humilhação e perseguição".
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