A destruição em Ghuta Oriental na Síria é assustador e a necessidade de ajuda humanitária é mais que urgente, afirmou nesta sexta-feira o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) após uma visita ao antigo reduto dos rebeldes sírios.
Seis meses depois do fim das hostilidades e do regime de Bashar al-Assad ter assumido o controle da região, "fiquei realmente comovido com o nível de destruição em Ghuta Oriental", afirmou o diretor de opreações do CICV, Dominik Stillhart.
"Nunca antes havia visto algo parecido", declarou durante uma entrevista coletiva no Líbano, após uma visita à Síria.
"O nível dos destruição é realmente de tirar o fôlego", afirmou.
O exército sírio iniciou nos primeiros meses de 2018 uma ofensiva devastadora contra Ghuta Oriental, último reduto dos rebeldes nas proximidades da capital síria, Damasco.
O regime anunciou em abril o controle total de uma região que foi cercada por vários anos, após uma operação militar que provocou a morte de 1.700 civis.
Os moradores começaram a voltar progressivamente para Ghuta Oriental, mas a falta de infraestruturas e o perigo pela presença de explosivos impedem um retorno em massa.
"Em algumas áreas de Ghuta Oriental como em Harasta, onde estivemos, até 90% das infraestruturas estão completamente destruídas", afirmou Stillhart.
Durante a visita, ele presenciou uma cena em que quatro médicos tentavam salvar a vida de um jovem.
"A única luz que tinham era a do celular. São condições que você poderia esperar durante o conflito, mas não seis meses depois", lamentou o diretor do CICV.
A guerra da Síria provocou mais de 360.000 mortes desde 2011. A ONU calcula o impacto da destruição em 400 bilhões de dólares.
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