Jornal Estado de Minas

Bolsonaro nega apoio à intervenção militar na Venezuela

Jair Bolsonaro descartou nesta segunda-feira seu apoio a uma eventual intervenção militar na Venezuela, mas denunciou as "sérias dificuldades" provocadas pela "ditadura" de Nicolás Maduro.

"Da nossa parte não existe isso aí. O Brasil sempre vai buscar a via pacífica para resolver esse problema", disse o presidente eleito em entrevista à TV Record.

Bolsonaro admitiu que tratou da crise na Venezuela e seu efeito migratório com líderes de governo que telefonaram para felicitá-lo pela vitória sobre Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT), histórico aliado do chavismo venezuelano.

"Tive conversas com autoridades de outros países e entrou o assunto da Venezuela, e pedem aí que o Brasil participe de uma forma ou de outra para solucionar esse problema. No final das contas são cidadãos, são nossos irmãos que estão passando seríssimas dificuldades com a ditadura de Maduro", disse Bolsonaro, sem identificar qualquer governo.

O jornal Folha de S. Paulo noticiou em sua edição desta segunda-feira, citando uma fonte anônima que identificou como "alto funcionário do governo de Iván Duque", que se Bolsonaro "ajudar a derrubar Nicolás Maduro com uma intervenção militar, terá o apoio da Colômbia".

A mesma fonte explicou que esta seria a razão pela qual o presidente colombiano se absteve de assinar a declaração do Grupo de Lima, na qual 14 países repudiaram qualquer intervenção na Venezuela, depois de o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, não descartar esta opção em 14 de setembro durante visita à Colômbia.

Em sua entrevista à Record, Bolsonaro garantiu que não tratou deste assunto em sua "conversa protocolar" com o presidente Iván Duque.

Mas aproveitou para criticar o Partido dos Trabalhadores por sua "admiração" aos governos socialistas na Venezuela: o PT sempre admirou o governo (Hugo) Chavez e depois o Maduro, de modo que chegamos a uma situação agora onde os mais pobres estão sofrendo e muitos fugindo para o Brasil".

Bolsonaro declarou ainda que seu governo quer se "livrar de algumas amarras do Mercosul", o bloco integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

"O Mercosul tem sua importância, mas esta supervalorizado no meu entender. Foi muito bem administrado lá atrás, mas depois, no governo do PT, a questão ideológica passou a falar mais alto.

Ninguém quer implodir o Mercosul, mas sim lhe dar a verdadeira dimensão".

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