A deputada conservadora boliviana Norma Piérola se juntou aos ex-presidentes Carlos Mesa e Jaime Paz Zamora como candidata para tentar evitar que o presidente Evo Morales obtenha um quarto mandato nas urnas em 2019.
Única mulher na disputa, ela afirma que entrou na corrida eleitoral com o objetivo de "reconstruir a Bolívia, o respeito pleno à vida e à dignidade".
A deputada ganhou notoriedade em 2015 depois que se recusou a apertar a mão de Morales, que ficou com a mão direita estendida em uma cerimônia oficial.
O outro partido resultante do PDC disputará as eleições com Paz Zamora, o social-democrata que governou de 1989 a 1993 apoiado pelo ex-ditador Hugo Banzer (1971-1978 e 1997-2001), falecido em 2002.
Aos 79 anos, Paz Zamora impôs a si mesmo a tarefa de impedir Morales de obter o quarto mandato consecutivo até 2025 e propôs "uma reforma constitucional, pluriétnica e pluricultural" em direção a um "estado federal".
No mês passado, o ex-presidente Carlos Mesa (2003-2005) anunciou sua candidatura e, segundo as pesquisas, é o mais bem posicionado frente a Morales, que governa desde 2006.
Mesa, que sucedeu o liberal Gonzalo Sánchez de Lozada quando renunciou em 2003 em função das manifestações populares, é apoiado pela Frente Revolucionária de Esquerda (FRI), outro partido minoritário.
Mesa, que de acordo com as pesquisas é atualmente o único com a possibilidade de derrotar Morales, afirma que "o tempo antigo está se esgotando e completou seu ciclo", em referência aos 12 anos que o líder indígena de esquerda tem no poder.
Todos os candidatos devem disputar as primárias em janeiro, em meio ao debate sobre a constitucionalidade da candidatura de Morales.
Em referendo realizado em 21 de fevereiro de 2016, os bolivianos negaram a Morales a possibilidade de se candidatar a um quarto mandato em 2019. No entanto, um tempo depois, o Tribunal Constitucional, em uma polêmica decisão, autorizou que ele se candidatasse de novo.
Morales, 59 anos, que se proclama "anti-imperialista", nacionalizou os hidrocarbonetos, as telecomunicações, os aeroportos, entre outros setores, e sobre a disputa eleitoral afirmou que será uma disputa "do povo contra o império".
A Bolívia vai às urnas em outubro de 2019 para eleger presidente e vice-presidente e renovar o Congresso bicameral.