Ao menos sete pessoas morreram nesta sexta-feira (2) no Egito em um atentado reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) contra um ônibus que levava cristãos coptas, quase um ano depois de seu último ataque contra esta comunidade.
As vítimas estavam em um ônibus que passava pela província de Minya, a 200 quilômetros ao sul do Cairo, onde faziam uma peregrinação ao monastério de São Samuel.
Nesta sexta-feira, "um ônibus transportando coptas foi atacado perto do monastério de de São Samuel (...) deixando sete mortos e sete feridos", declarou uma fonte dos serviços de segurança.
"Dispararam contra um ônibus que transportava um grupo de coptas quando voltava do monastério de São Samuel", detalhou a Procuradoria-Geral, que anunciou a abertura de uma investigação e o envio de uma equipe ao local.
O bispo Makarios, da província de Minya, indicou em uma conversa por telefone que o ataque aconteceu "na estrada do monastério de São Samuel", e detalhou que o veículo se dirigia a Sohag, 500 km ao sul da capital egípcia.
O EI reivindicou este atentado por meio de órgão de propaganda Amaq.
"Os autores da emboscada aos visitantes (cristãos) no caminho do 'monastério de São Samuel', em Minya, são combatentes do Estado Islâmico", indicou o Amaq em comunicado publicado no aplicativo de mensagens Telegram.
À noite, um importante dispositivo de segurança impedia o acesso ao local do ataque, em pleno deserto, segundo puderam constatar jornalistas da AFP.
- Um minuto de silêncio -
Segundo a televisão estatal, as forças de segurança estava buscando os autores do ataque.
"Meus pêsames, com profunda tristeza, aos mártires que morreram hoje pelas mãos de traidores (...)", escreveu o presidente egípcio, Abdel Fatah Al-Sisi, no Twitter depois do ataque.
"Desejo que os feridos se recuperem rapidamente e confirmo a nossa determinação de continuar lutando contra o terrorismo e perseguir os autores", continuou.
De Sharm el-Sheij (leste), onde participava de um fórum sobre jovens, o chefe de Estado pediu que fizessem um minuto de silêncio em homenagem às vítimas.
Os ministros de Saúde e Solidariedade Social deixaram este ato para ir a Minya.
O último ataque fatal contra os coptas ocorreu em dezembro de 2017, quando um extremista do EI matou nove pessoas perto de uma igreja nos arredores do Cairo.
Em maio de 2017, homens armados mataram 28 peregrinos coptas, incluindo muitas crianças, enquanto viajavam em um ônibus. O Egito respondeu a esse ataque, reivindicado pelo EI, com bombardeios aéreos contra campos extremistas na vizinha Líbia.
Um braço egípcio do EI está ativo no norte da península do Sinai, de onde ataca as forças de segurança, especialmente desde que o Exército derrubou o presidente islamita Mohamed Mursi, em 2013.
Também ataca os cristãos coptas, forçando dezenas de famílias a fugir da região.
Os coptas representam a comunidade cristã mais antiga do Oriente Médio e a mais numerosa, com cerca de 10% dos 100 milhões de egípcios.