O ex-candidato à presidência americana Mitt Romney foi eleito para o Senado nesta terça-feira, marcando seu retorno à política em uma posição confortável para criticar o presidente Donald Trump dentro das fileiras republicanas.
"Me comprometo a representá-los com dignidade, integridade e de uma maneira que os orgulhe", tuitou Romney, de 71 anos, dirigindo-se a seus eleitores.
O republicano venceu a democrata Jenny Wilson no estado de Utah, onde vive uma importante população mórmon - como ele - e que há mais de 40 anos não envia um democrata para o Senado.
Quando assumir em janeiro de 2019 para um mandato de seis anos, Romney tomará o lugar de John McCain, falecido em agosto, como uma das vozes críticas a Trump dentro do Partido Republicano? Ou a hostilidade inicial se suavizou com o tempo?
Crítico ferrenho de Trump durante a campanha presidencial de 2016, a quem chamou de "charlatão", desde então, Romney de fato baixou o tom de suas declarações sobre o presidente.
Em junho, mencionou, por exemplo, seu apoio a algumas medidas econômicas da Casa Branca, como a reforma tributária, ou a eliminação de "regulações inúteis".
Fiel à linha antiprotecionista tradicional da direita americana, o ex-governador de Massachusetts (2002-2006) denunciou a política comercial de Trump, especialmente as sobretaxas impostas a países aliados. E prometeu se manifestar contra eventuais erros do presidente.
"Me manifestei francamente e continuarei fazendo isso quando o presidente fizer, ou disser, alguma coisa racista, sexista, contra os imigrantes, desonesta, ou que tenha um efeito devastador para as instituições democráticas", escreveu ele em junho passado no jornal "Salt Lake Tribune".
E, menos de uma semana antes das eleições de terça, também se manifestou em defesa da imprensa, alvo regular de Trump.
"Nunca um presidente americano havia tratado a imprensa como 'inimiga pública'", frisou, indignado, em sua página on-line de campanha.