Um coronel reformado do Exército austríaco é suspeito de ter espionado para a Rússia durante décadas - anunciou o chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, nesta sexta-feira (9).
O oficial teria começado a trabalhar com os serviços de Inteligência russos na década de 1990 e continuou até este ano.
A ministra austríaca das Relações Exteriores, Karin Kneissl, convocou o embaixador russo em Viena e anulou uma viagem prevista para a Rússia, acrescentou Kurz, anunciando que uma investigação foi aberta para tratar do caso.
"Claro que, se estes casos se confirmarem, tanto na Holanda quanto na Áustria, isso não vai melhorar as relações entre a UE e a Rússia", declarou o chanceler, chefe do partido conservador que governa com a sigla de extrema direita FPÖ.
Em outubro, a Holanda anunciou ter expulsado quatro espiões russos acusados de tentativa de pirataria da sede da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) em Haia.
"A espionagem russa na Europa é inaceitável e deve ser condenada", acrescentou Kurz.
Em entrevista coletiva, o ministro austríaco da Defesa austríaco, Mario Kunasek, do partido FPÖ, declarou que o caso saiu à luz "há umas semanas", graças a informações transmitidas por uma agência de Inteligência europeia.
A Áustria é um país neutro no coração da Europa Central e conta com a sede de várias organizações internacionais, como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).
Em março, a Áustria foi na contramão de seus sócios da UE, negando-se a expulsar diplomatas russos em plena crise pelo envenenamento, no Reino Unido, do ex-espião russo Serguei Skripal. Alegou que queria "manter abertos os canais de comunicação com a Rússia".
A presença do presidente russo, Vladimir Putin, no casamento da ministra austríaca das Relações Exteriores causou grande polêmica no país.