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Estado de Minas

Depois de pouso em Marte, Sonda InSight da Nasa dá primeiros passos para pesquisa

Informações importantes sobre existência de água líquida em Marte agora poderão ser obtidas com mais rigor, tendo em vista uma missão humana ao planeta


postado em 27/11/2018 06:10 / atualizado em 27/11/2018 09:42

(foto: HO / NASA/JPL-CALTECH / AFP)
(foto: HO / NASA/JPL-CALTECH / AFP)

"Pouso confirmado!": a sonda americana InSight chegou nesta segunda-feira ao solo marciano e já enviou a primeira foto da superfície do Planeta Vermelho.


Após sete anos de trabalho e sete meses de viagem pelo espaço, a sonda americana InSight pousou - às 11:52:59 no horário da Califórnia (17:52:59 em Brasília), un minuto antes do planejado - e pouco depois enviou a imagem.


Cada etapa bem-sucedida desta arriscada operação gerou comoção no centro de controle do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa em Pasadena, Califórnia.


O "pouso confirmado", na voz de uma das operadoras, levou seus colegas no centro de controle a gritar de alegria e se abraçarem em comemoração.


"Foi intenso", resumiu o diretor da agência espacial americana, Jim Bridenstine. "É uma experiência única, incrível".


"Tudo que aprendemos sobre Marte até este momento nos ajudará a entender como fazer pesquisas in situ (...). A InSight pode fornecer informações importantes sobre se há água líquida em Marte e inclusive onde está", tendo em vista uma missão humana ao planeta.


Bridenstine indicou que recebeu uma ligação do vice-presidente Mike Pence, que também comemorou o pouso no Twitter.


"Parabéns à @NASA (...) e a todos que tornaram possível" a chegada da InSight ao Planeta Vermelho. "É a oitava vez que os Estados Unidos pousam em Marte e é a primeira missão para estudar seu interior mais profundo. Uma grande conquista".


É a primeira vez desde 2012 que um artefato consegue pousar em Marte, depois do veículo Curiosity da Nasa, o único atualmente ativo na superfície do Planeta Vermelho.


Só os Estados Unidos conseguiram colocar artefatos lá, investindo nestas missões com o objetivo de preparar uma futura incursão com exploradores humanos para a década de 2030. Mas mais da metade das 43 tentativas de levar a Marte robôs, satélites ou outros - executadas por agências espaciais do mundo todo - falharam.

(foto: Al SEIB / POOL / AFP)
(foto: Al SEIB / POOL / AFP)


"Minha primeira foto em #Marte"


O processo de pouso foi perfeito: a ativação do paraquedas, a abertura de seus 'pés' e a redução de velocidade de 19.800 km/h a 8 km/h em apenas sete minutos.


A Nasa fez "retoques finais no algoritmo que guiou a nave espacial até a superfície" horas antes de sua entrada na atmosfera, onde a temperatura chegava a 1.500°C.


A sonda tinha um escudo térmico reforçado para tolerar o impacto.


A InSight se deslocou 480 milhões de quilômetros a quase de 20.000 km/h, entre três e quatro vezes mais rápido que uma bala de fuzil, e tinha que alcançar uma área retangular de cerca de 10 km por 24 km.


A primeira foto foi enviada por dois satélites que acompanharam a InSight durante sua travessia a Marte.


"Minha primeira foto em #Marte", escreveu a Nasa em uma conta criada para a InSight no Twitter. "A tampa da minha lente ainda não foi retirada, mas eu tinha que mostrar uma primeira olhada do meu novo lar".


Horas depois de sua chegada, a InSight ativou seus painéis solares, uma fase que também era crucial, pois é a única forma de carregar suas baterias a cada dia.


"A equipe da InSight pode descansar um pouco mais tranquila após esta etapa", disse Tom Hoffman, gerente do projeto na Nasa.


"Foi um longo dia para a equipe, mas amanhã começa um excitante novo capítulo: operações de superfície e o início da ativação de instrumentos".


Esta sonda, de 993 milhões de dólares, deverá, por quase dois anos, escutar e perscrutar o interior de Marte para tentar revelar os mistérios de sua formação, há bilhões de anos. Esses conhecimentos poderão permitir posteriormente compreender melhor a formação da Terra, o único planeta rochoso cujo interior foi realmente estudado.


O objetivo é construir um mapa em três dimensões do planeta, de forma que "possamos entender o interior de Marte tão bem como chegamos a conhecer o exterior", disse Bruce Banerdt, o principal pesquisador do projeto no JPL.


A InSight está equipada com um sismômetro de concepção francesa, SEIS, que será colocado diretamente sobre o solo marciano e escutará suas mais mínimas vibrações: ondas de choque de meteoritos, movimentos de terra, estalos de camadas rochosas, e talvez até movimentos de magma profundos.


"Recebi a confirmação de que não há pedras em frente ao módulo", disse, "aliviado e muito feliz", o principal pesquisador do sismômetro francês, Philippe Lognonne.


Outro instrumento importante, de origem alemã, é o HP3, que deverá escavar entre três a cinco metros na superfície de Marte para medir sua temperatura.


Os sensores de ventos da nave são de fabricação espanhola.


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