O governo americano pediu nesta terça-feira (27) sanções contra os advogados de Chapo Guzmán por emprestar um celular a esposa do acusado no tribunal.
Contudo, o juiz que preside o seu julgamento aceitou a explicação de que foi para usar um tradutor e, assim, poder se comunicar com um dos advogados de defesa.
O uso de celulares, gravadores, câmeras ou computadores é absolutamente proibido no tribunal para o público e a imprensa, sobretudo para evitar que divulguem imagens que possam colocar jurados ou testemunhas em perigo.
Mas, na segunda-feira, minutos antes do depoimento de Miguel Ángel Martínez no tribunal federal do Brooklyn, o ex-motorista de Joaquín "Chapo" Guzmán que colabora com o governo e hoje tem uma identidade secreta como parte do programa de proteção para testemunhas, o juiz Brian Cogan ordenou Emma Coronel a passar novamente pelo detector de metais para confirmar que não levava um celular.
O governo havia reclamado que Coronel, ex-rainha da beleza de 29 anos que vai ao julgamento todos os dias, foi filmada em 19 de novembro usando um celular no tribunal, e seu temor é que se comunique diretamente com "El Chapo" ou filme Martínez, e que este seja vítima de ameaças ou violência.
A Promotoria, inclusive, conseguiu que o juiz ordenasse aos caricaturistas do tribunal não desenhassem os traços faciais nem o cabelo de Martínez.
"El Chapo" está proibido de ser visitado pela esposa e de falar com ela por telefone.
Após receber o pedido de sanções do governo na madrugada desta terça, Cogan sustentou que "a emergência desapareceu" porque Coronel não tem mais um celular consigo.
"Decidiremos (sobre o pedido de sanções) em algum momento da semana que vem", afirmou.
Na segunda-feira, Cogan havia aceitado a explicação da advogada de defesa Muriel Colón Miró, que disse que Coronel usou o Google Tradutor no celular de outro advogado de defesa, Michael Lambert, na cafeteria do tribunal, para poder se comunicar com ele, já que ela não fala inglês e ele não fala espanhol.
"Tomarei uma decisão baseada na explicação de Colón, que aceito totalmente. Não há indícios de que os advogados de defesa tenham feito algo ruim", acrescentou. Colón "deu uma explicação convincente e adequada".