A delegação de rebeldes huthis e o representante da ONU chegaram nesta terça-feira (4) à Suécia para participar das negociações de paz que buscam acabar com a guerra no Iêmen, após estabelecer medidas de confiança negociadas pela ONU.
A delegação de rebeldes iemenitas chegou nesta terça à noite à Suécia para participar das negociações de paz, declarou uma fonte oficial da ONU à AFP.
O mediador da ONU, o britânico Martin Griffiths, que estava desde segunda-feira na capital Sanaa, controlada pelos rebeldes huthis, chegou à Suécia, onde os representantes do governo iemenita são esperados na quarta-feira, liderados pelo ministro das Relações Exteriores, Khaled al-Yemani.
Os Estados Unidos saudaram nesta terça as negociações na Suécia e conclamaram as partes em conflito a participar de maneira "plena e sincera" visando "cessar todas as hostilidades em curso".
"Não temos qualquer ilusão e sabemos que este processo não será fácil, mas saudamos este primeiro passo vital e necessário", declarou o departamento de Estado.
"Os iemenitas sofreram tempo demais. As partes devem a seus concidadãos aproveitar esta oportunidade", insistiu a porta-voz do departamento de Estado, Heather Nauert, que deu o "firme apoio" dos Estados Unidos ao mediador da ONU.
A ONU ainda não anunciou oficialmente quando começará o encontro, mas fontes do governo iemenita falam de quinta-feira.
Os rebeldes huthis xiitas "não pouparão esforços para fazer com que as negociações se saiam bem para restabelecer a paz", declarou Mohamed Abdelsalam, que comanda a delegação rebelde, integrada por 12 membros.
Uma das medidas que pode favorecer esses encontros é a assinatura de um acordo entre o governo do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, no exílio em Aden (sul), e os rebeldes, para a troca de centenas de prisioneiros.
Hadi Haig, responsável da questão dos detidos para o governo iemenita, declarou nesta terça à AFP que o acordo assinado afetará entre 1.500 e 2.000 membros das forças pró-governo e entre 1.000 e 1.500 rebeldes huthis.
Segundo Hadi Haig, a troca de prisioneiros será feita após as negociações na Suécia.
Outra medida de confiança será a abertura do Aeroporto Internacional de Sanaa, fechado há três anos devido à guerra devastadora, indicou uma fonte da ONU.
Desde março de 2015, os combates no Iêmen deixaram cerca de 10.000 mortos e mais de 56.000 feridos, embora as ONGs estimem que o balanço real seja muito maior.
.