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Brasil tem primeiro bebê concebido em útero transplantado de falecida

Foi a primeira vez, após uma dezena de tentativas fracassadas nos Estados Unidos, República Tcheca e Turquia, que um transplante de útero a partir de uma doadora morta permitiu um nascimento


postado em 04/12/2018 22:43

Também foi o primeiro nascimento mediante transplante de útero na América Latina(foto: Pixabay/Divulgação)
Também foi o primeiro nascimento mediante transplante de útero na América Latina (foto: Pixabay/Divulgação)
O primeiro bebê do mundo concebido a partir de um útero transplantado de uma doadora falecida nasceu no Brasil há um ano, informou nesta quarta-feira a revista científica The Lancet.
 
Sete meses após o nascimento, o bebê - uma menina com 7,2 quilos — e sua mãe estão bem, segundo o Hospital Universitário de São Paulo, que realizou o procedimento em 2016.
 
Foi a primeira vez, após uma dezena de tentativas fracassadas nos Estados Unidos, República Tcheca e Turquia, que um transplante de útero a partir de uma doadora morta permitiu um nascimento. 
 
Também foi o primeiro nascimento mediante transplante de útero na América Latina.
 
 
"O recurso à doadoras falecidas poderá ampliar consideravelmente o acesso a este tratamento" por parte das "mulheres que sofrem esterilidade de origem uterina", declarou o doutor Dani Ejzenberg, que dirigiu o procedimento no Hospital Universitário de São Paulo.
 
Até o momento, "a única gravidez decorrente de um transplante de útero retirado post mortem havia ocorrido em 2011, na Turquia", resultando em um aborto espontâneo, recordou o doutor Srdjan Saso, do departamento de obstetrícia do Imperial College de Londres.
 
Esta bem sucedida experiência no Brasil apresenta "várias vantagens em relação a um útero de doadora viva: o número potencial de doadoras é maior, o custo é menor e evita riscos para a doadora viva".
 
Para o professor Andrew Shennan, obstetra do Kings College de Londres, o procedimento "abre o caminho para a doação post mortem, como já é o caso para outros órgãos", o que "permitirá às mulheres que não podem conceber (...) engravidar sem depender de doadoras vivas ou de mães de aluguel".
 
- Procedimento de longa duração -
 
A operação foi realizada em setembro de 2016. A mulher que recebeu o útero tinha 32 anos e nasceu sem o órgão (síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser). Antes do transplante, se submeteu a uma fecundação in vitro 


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