Várias igrejas antigas situadas nas proximidades do local em que se acredita que Jesus foi batizado, na Cisjordânia ocupada, e que estavam fechadas há meio século, abriram as portas no domingo para a imprensa após de mais de oito meses de trabalhos para a retirada de minas.
A operação, que começou em março e ainda deve prosseguir por alguns meses, pretende limpar completamente a área de minas e artefatos explosivos, vestígios da guerra dos Seis Dias de 1967, ou colocados por Israel pouco depois.
A área das igrejas, Qasr al Yahud, estava abandonada há quase 50 anos, exceto por uma zona restrita perto de onde teria acontecido o batismo, na margem do rio Jordão.
Os trabalhos para a retirada de minas, ao norte do Mar Morto, são supervisionados pelo ministério da Defesa de Israel, a associação de limpeza de escombros de guerra Halo Trust e a empresa israelense 4CI.
As operações devem prosseguir por entre oito meses e um ano, segundo o ministro israelense da Defesa, Moshe Hilman.
De acordo com o ministério, o projeto cobre um quilômetro quadrado, um perímetro no qual estariam quase 3.000 minas e outros explosivos.
"A Halo Trust superou uma etapa chave em seu objetivo de limpar o local de batismo das minas e outros explosivos", declarou o presidente da associação, James Cowan.
"Graças à entrega de nossa equipe de limpeza de minas, à generosidade do governo israelense e dos cristãos, judeus e muçulmanos de todo o mundo, conseguimos retirar as minas das igrejas etíope, grega e franciscana", completou.
No monastério etíope, que se encontra em ruínas, ainda é possível observar um afresco que representa Jesus sendo batizado por João Batista.
Os trabalhos de limpeza ainda devem atingir as igrejas ortodoxas russa, síria, romena e copta. Após o fim da operação, as visitas de peregrinos serão permitidas.
Muitas minas foram colocadas na área pelas forças israelenses depois que o Estado hebreu conquistou o controle da Cisjordânia das tropas jordanianas, em 1967.
A comunidade internacional nunca reconheceu o controle israelense da Cisjordânia e considera esta região um território palestino ocupado.