O cérebro de crianças que passam muito tempo diante das telas de smartphones, ou jogando videogames, parece se modificar - aponta um estudo do Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, divulgado no domingo pela rede CBS.
Em 21 centros de pesquisa nos Estados Unidos, o NIH começou a examinar os cérebros de 4.500 crianças de 9 e 10 anos para saber se o consumo intenso de videogames e o tempo que passam na Internet influencia seu desenvolvimento.
Os primeiros resultados desse estudo feito com imagens por ressonância magnética (IRM) mostram diferenças significativas no cérebro das crianças que usam smartphones, tablets e videogames mais de sete horas por dia, explicou uma das pesquisadoras, Gaya Dowling, no programa "60 Minutes".
As imagens mostraram uma redução prematura do córtex cerebral, que processa as informações enviadas pelos cinco sentidos ao cérebro.
A redução do córtex "é considerada como um processo de envelhecimento", disse a pesquisadora, ressaltando que ainda não está claro se esse processo é prejudicial.
"Ainda não sabemos se se deve ao tempo que se passa frente às telas, nem se é algo ruim", afirmou.
Segundo outra cientista entrevistada no programa, Kara Bagot, os smartphones podem ter um efeito viciante, porque o tempo que se passa na frente de uma tela estimula a liberação de dopamina, o hormônio do prazer.
Os dados do NIH mostraram que as crianças que passaram mais de duas horas por dia diante das telas tiveram resultados piores nos testes de linguagem e de raciocínio.
Para este estudo, foram examinadas 11.000 crianças, que serão acompanhadas por vários anos para se avaliar o impacto das telas em seu desenvolvimento intelectual e social, assim como sobre sua saúde.
Os resultados começarão a ser publicados no início de 2019.