Ao menos 40 empresas da poluente indústria da moda, como Adidas, Burberry, H&M e o grupo de luxo Kering se comprometeram, nesta segunda-feira, a reduzir em 30% suas emissões de gases de efeito estufa até 2030, paralelamente à COP24 na Polônia.
Esta "Declaração da indústria da moda para a ação climática", impulsada pela ONU, inclui entre outros objetivos privilegiar os tecidos com baixo impacto sobre o clima, aplicar medidas de economia energética, usar transportes pouco poluentes e deixar de utilizar o carvão como fonte energética de suas fábricas até 2025.
O texto foi assinado durante a 24ª Conferência do Clima da ONU (COP24,) que é realizada na cidade polonesa de Katowice, por 43 empresas, incluindo marcas de roupa prêt-à-porter como Gap, mas também o grupo Kering (Gucci, Yves Saint Laurent, Balenciaga...) e o gigante do transporte marítimo, Maersk.
A indústria da moda é a segunda mais poluente do planeta depois do petróleo e, segundo estimativas, representa 10% das emissões de CO2.
"A indústria da moda sempre vai na frente no que diz respeito à definição da cultura mundial, de modo que me alegra ver que também mostra o caminho em termos de ação climática", comentou em um comunicado a responsável pelo clima da ONU, Patricia Espinosa, chamando outros setores a seguirem o "exemplo".
"Nossa história não é a melhor em termos de ação climática", reconheceu à imprensa Stegan Seidel, responsável de "desenvolvimento sustentável" da Puma. "Esta vez queremos fazer isso bem", disse.
Conseguir reduzir as emissões em 30% até 2030 "requererá inovação e colaboração", admitiu em um comunicado o diretor da Burberry, Marco Gobbetti.
A estilista britânica Stella McCartney chamou seus pares da indústria "a assinarem agora esta declaração e tomarem as medidas necessárias" para aproveitar "a oportunidade de fazer a diferença".
.