A Justiça se prepara para emitir nesta terça-feira (18) a sentença contra Michael Flynn, ex-conselheiro de Segurança Nacional do presidente americano, Donald Trump, por mentir sobre seus contatos com funcionários russos no âmbito da investigação sobre a interferência de Moscou na campanha eleitoral de 2016.
O general reformado, de 60 anos, que se declarou culpado em 2017 de mentir para o FBI, chegou às 10h00 (12h00 de Brasília) no tribunal federal. Espera-se uma pena de prisão mínima ou até mesmo que escape de ficar atrás das grades.
Flynn foi assessor de Trump durante a campanha e depois exerceu brevemente a função de conselheiro de Segurança Nacional durante 22 dias.
Foi um dos primeiros acusados na investigação sobre um possível conluio da equipe de campanha de Trump com Moscou na campanha de 2016.
Flynn admitiu que mentiu para o FBI em janeiro de 2017, principalmente em relação aos seus contatos com o embaixador russo nos Estados Unidos, Sergei Kislyak.
Suas confissões lhe renderam um acordo de cooperação com a investigação, liderada pelo procurador especial Robert Mueller.
Inicialmente, Flynn se negou a cooperar, mas finalmente cedeu e se reuniu 19 vezes com a equipe de Mueller, totalizando 63 horas de entrevistas.
A defesa sustenta que Flynn admitiu seus erros e cooperou com a investigação, além de citar sua longa carreira militar como um fator atenuante.
No início deste mês, Mueller considerou que seria "justificável e apropriado" que Flynn recebesse uma sentença que o isentasse da prisão, dadas suas contribuições "substanciais" à investigação.
"A decisão do réu de se declarar culpado e de cooperar com a investigação provavelmente influenciou a decisão das testemunhas diretas de vir e cooperar", acrescentou o procurador especial em um documento enviado ao tribunal.
Trump, que nega qualquer conluio com Moscou e que denuncia regularmente uma "caça às bruxas", desejou-lhe boa sorte nesta terça-feira.
"Boa sorte hoje no tribunal, Michael Flynn", escreveu no Twitter.
"Será interessante ver o que ele tem a dizer, apesar da enorme pressão que lhe foi imposta", acrescentou o presidente, reiterando que não houve conluio entre sua equipe de campanha e a Rússia.
Flynn admitiu ter tido contatos com o embaixador russo nos Estados Unidos sobre duas questões delicadas: a votação da resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre Israel e as sanções adotadas pelo governo de Barack Obama contra Moscou pela interferência.
Essa conversa ocorreu quando ele era encarregado da equipe de transição de Trump.
Sua nomeação como conselheiro de Segurança Nacional após a eleição foi amplamente contestada por especialistas em Inteligência, que o consideravam uma pessoa propensa a teorias da conspiração e argumentaram que ele poderia estar comprometido com os russos.
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