O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, vai inaugurar neste domingo (6) uma catedral por ocasião do Natal copta, um dia depois da descoberta, perto de uma igreja, de um artefato explosivo que matou um policial.
Em um novo incidente contra a comunidade copta, um comandante da polícia morreu no sábado (5) à noite no Cairo ao tentar desarmar uma bomba colocada perto da igreja de Al-Azraa Wa Abu Sifin, segundo fontes de segurança.
Outros dois policiais ficaram feridos na explosão da bomba, colocada em uma sacola, segundo as mesmas fontes.
De acordo com uma fonte da segurança, a igreja era o "alvo".
Os coptas do Egito têm estado na mira desde 2016 do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), que reivindicou vários ataques mortais contra esta comunidade.
Um importante esquema de segurança foi montado no local, impedindo o acesso à igreja, de acordo com uma testemunha no local.
O mufti do Egito denunciou em um comunicado postado no Facebook uma "operação terrorista que visou a igreja Abu Sifin", e que foi cometida por "extremistas". Segundo ele, dispositivos explosivos foram colocados no telhado de um prédio que abriga uma mesquita ao lado da igreja.
O filho do muzzein desta mesquita, entrevistado pela AFP por telefone, disse que duas bombas foram encontradas no telhado do prédio.
"Estávamos na mesquita quando uma pessoa veio ver meu pai e eu e nos disse que um homem subiu no telhado carregando uma sacola. Subimos e vimos duas sacolas. Chamamos a polícia", disse à AFP.
Apesar desse incidente, a cerimônia do Natal ortodoxo copta, marcada para a noite deste domingo, foi mantida, segundo a imprensa oficial. O Natal copta celebra-se no dia 7 de janeiro em todo o Egito.
Durante essa cerimônia, o presidente Sissi inaugurará a catedral da Natividade, apresentada como a maior do Oriente Médio. A mesquita Al Fattah al-Alim também será inaugurada pelo presidente.
Em um comunicado transmitido à noite, a igreja copta disse que chorava "o oficial martirizado" que foi morto na explosão. O funeral do policial, Moustafa Abid, está marcado para este domingo.
Nas últimas semanas, as forças de segurança anunciaram um reforço da segurança no Cairo para as celebrações de fim de ano e Natal.
O Egito enfrenta movimentos extremistas, particularmente desde a destituição pelo Exército do presidente islâmico Mohamed Mursi em 2013, seguida de uma repressão aos partidários do ex-chefe de Estado.
Por sua vez, a comunidade copta, estimada em 10% da população egípcia dos cerca de 100 milhões de habitantes, é regularmente alvo de ataques.