O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, inaugurou neste domingo (6) uma catedral por ocasião do Natal copta, um dia depois da descoberta, perto de uma igreja, de um artefato explosivo que matou um policial.
Um importante esquema de segurança foi montado em volta da catedral, situada na futura capital administrativa, atualmente em construção em um setor desértico próximo ao Cairo.
Ao lado do papa copta ortodoxo, Teodoro II, al-Sissi disse que o Egito está passando por "um momento importante de sua história. Somos um povo unido e sempre seremos", afirmou antes do início dos cânticos da celebração litúrgica copta, rito que festeja o Natal em 7 de janeiro.
No sábado (5) à noite, em um novo incidente contra a comunidade copta no Cairo, um comandante da polícia morreu ao tentar desarmar uma bomba colocada perto da igreja de Al-Azraa Wa Abu Sifin, segundo fontes de segurança.
Outros dois policiais ficaram feridos na explosão da bomba, colocada em uma sacola, segundo as mesmas fontes.
De acordo com uma fonte da segurança, a igreja era o "alvo".
Os coptas do Egito estão desde 2016 na mira do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), que reivindicou vários ataques mortais contra esta comunidade.
Durante a inauguração foi divulgada uma mensagem televisionada do papa católico Francisco, que cumprimentou Teodoro II e sua igreja, que "soube dar um verdadeiro testemunho de fé e de amor nos momentos mais difíceis".
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou através de sua conta no Twitter seu apoio ao colega egípcio e sua satisfação ao ver "que nossos amigos egípcios inauguram a maior catedral do Oriente Médio".
- "Extremistas" por trás do ataque -
O mufti do Egito denunciou em um comunicado postado no Facebook uma "operação terrorista que visou a igreja Abu Sifin", e que foi cometida por "extremistas". Segundo ele, dispositivos explosivos foram colocados no telhado de um prédio que abriga uma mesquita ao lado da igreja.
O filho do muzzein desta mesquita, entrevistado pela AFP por telefone, disse que duas bombas foram encontradas no telhado do prédio.
"Estávamos na mesquita quando uma pessoa veio ver meu pai e eu e nos disse que um homem subiu no telhado carregando uma sacola. Subimos e vimos duas sacolas. Chamamos a polícia", disse à AFP.
Em um comunicado transmitido à noite, a igreja copta disse que chorava "o oficial martirizado" que foi morto na explosão. O funeral do policial, Moustafa Abid, está marcado para este domingo.
Nas últimas semanas, as forças de segurança anunciaram um reforço da segurança no Cairo para as celebrações de fim de ano e Natal.
O Egito enfrenta movimentos extremistas, particularmente desde a destituição pelo Exército do presidente islâmico Mohamed Mursi em 2013, seguida de uma repressão aos partidários do ex-chefe de Estado.
Por sua vez, a comunidade copta, estimada em 10% da população egípcia dos cerca de 100 milhões de habitantes, é regularmente alvo de ataques.