A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu pedir a opinião do governo americano no processo entre o fundo especulativo Burford Capital e o Estado argentino, que expropriou a petroleira YPF.
"Convidamos o procurador-geral a apresentar seus escritos nestes casos expressando a opinião dos Estados Unidos", afirmou em comunicado a Suprema Corte, que devia se manifestar sobre a queixa apresentada pelo Burford Capital pela expropriação das ações da petroleira YPF em 2012 pelo governo de Cristina Kirchner.
Um tribunal distrital de Nova York já tinha decidido contra a Argentina e, na apelação, o caso chegou à Suprema Corte.
O mais alto tribunal americano tinha três possibilidades: aceitar a apelação, rejeitá-la, ou pedir a opinião de uma terceira parte - que, neste caso, é o representante do governo.
O fundo de investimento quer que a Justiça ordene o pagamento de uma "compensação por danos de acordo com a evidência" e qualquer outra reparação "que a corte considerar justa e apropriada".
O caso remonta a 2008, quando o grupo argentino Eskenazi formou duas empresas na Espanha, a Petersen Energía e a Petersen Energia Investidora, para comprar um pacote acionário significativo da YPF, que à época pertencia ao grupo espanhol Repsol.
Quando, em 2012, o governo argentino de Cristina Kirchner (2007-2015) expropriou 51% das ações da YPF, as duas empresas ficaram impossibilitadas de honrar seus compromissos e pagar dívidas, e um grupo de credores ficou com suas ações.