O governo do México disse nesta quarta-feira (23) que ainda reconhece o governo de Nicolás Maduro depois que o presidente do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino.
"Até onde estamos, (o posicionamento do México) é de que nós reconhecemos as autoridades eleitas de acordo com a Constituição venezuelana", disse à AFP o porta-voz da Presidência mexicana, Jesús Ramírez.
"O governo mexicano analisa a situação na Venezuela. Até o momento não há nenhuma mudança em suas relações diplomáticas com esse país, nem com o seu governo", escreveu depois Ramírez no Twitter.
Vários países, entre eles Brasil, Colômbia e Estados Unidos, reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela.
O governo do México, que desde 1º de dezembro é chefiado pelo esquerdista Andrés Manuel López Obrador, evitou se pronunciar sobre a crise venezuelana, diferentemente do governo anterior de Enrique Peña Nieto, que tinha um papel mais ativo em criticar o governo de Maduro.
López Obrador tem dito que busca o diálogo, mas que não vai condenar um governo estrangeiro e não se intrometerá em assuntos internos de outros países, citando o princípio de política externa de seu país de "não intervenção".
Seguindo esta postura, o México evitou assinar uma declaração do Grupo de Lima, no começo do ano, que pedia a Maduro para não assumir um novo mandato em 10 de janeiro.
O Grupo de Lima, criado em 2017 - ano marcado por protestos contra Maduro que deixaram 125 mortos na Venezuela -, é integrado por Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, Guiana e Santa Lucía, além do México.