O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, qualificou como uma "tentativa de golpe", orquestrada pelos Estados Unidos, a declaração de mais cedo do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que se autointitulou "presidente encarregado" do país. Segundo Maduro, o "governo imperialista" dos EUA busca impor um "golpe de Estado", o que ele diz que evitará. Diante disso, Maduro afirmou, durante discurso a apoiadores na sede da presidência em Caracas, que estava rompendo relações diplomáticas com a administração de Donald Trump, determinando a expulsão do país de todos os diplomatas americanos em 72 horas.
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Na opinião de Maduro, o governo americano comete "uma gravíssima insensibilidade e uma insensatez", ao reconhecer Guaidó como presidente interino. "Hoje é um dia histórico de reafirmação de nossa soberania", ressaltou, dizendo que os assuntos nacionais devem ser resolvidos por seu povo. "Os extremistas assaltaram o poder e querem conduzir-nos ao enfrentamento."
Maduro afirmou que seu governo defenderá a soberania "a todos custo", com "o povo e as Forças Armadas". Ele lembrou que a Constituição não contempla qualquer forma de eleição de presidente que não seja o voto popular, portanto a atitude de Guaidó seria "uma questão para a Justiça, a fim de preservar o Estado".
O presidente venezuelano disse que os EUA têm "interesse e ambição" pelo petróleo, o gás e o ouro do país latino-americano. Além disso, criticou países vizinhos, falando em "lacaios da direita" que apoiam os americanos. Maduro atacou especificamente a Colômbia, dizendo que a política venezuelana não pode se curvar a Bogotá, e também o Equador, afirmou que o presidente Lenin Moreno é "nazi-fascista e traidor", por causa do comportamento equatoriano em relação aos imigrantes venezuelanos. Maduro disse que pretendia enviar aviões para levar de volta os venezuelanos que desejem "viver em sua pátria"..