A União Europeia (UE) está acompanhando "muito de perto" a situação na Venezuela, assegurou nesta quarta-feira (23) uma porta-voz da diplomacia europeia, em uma primeira reação desde que o presidente da Assembleia Nacional, o opositor Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino do país.
"Estamos acompanhando os acontecimentos na Venezuela muito de perto e estamos em contato com os Estados-membros (da UE) e sócios", assegurou a porta-voz comunitária, em um e-mail enviado à AFP.
Diante da necessidade de coordenação entre os 28 países, as reações dos europeus costumam demorar. "Estamos trabalhando para tomar uma decisão juntos com a rapidez necessária", tuitou o chanceler espanhol, Josep Borrell, à noite.
A reação da UE contrasta com a posição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que rapidamente reconheceu "oficialmente" Guaidó como "presidente interino da Venezuela", e de outros países na mesma linha como Brasil, Colômbia e Argentina.
A autoproclamação de Guaidó ocorre quando os europeus tentam promover um grupo de contato internacional para buscar uma saída negociada à crise no país por meio de um diálogo entre governo e oposição.
Embora não reconheçam as eleições que levaram o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a assumir outro mandato, a UE resiste a romper relações e promove desde outubro este grupo que não busca mediar, mas facilitar um diálogo.
Os embaixadores europeus na Venezuela expuseram essa iniciativa, que esperam lançar em meados de fevereiro com a participação de países da América Latina, no fim de semana passado em duas reuniões com Maduro e com Guaidó.
Ao mesmo tempo, os 28 se mantêm firmes no embargo de armas e nas sanções a 18 funcionários venezuelanos que impuseram desde novembro de 2017 por, em sua visão, uma deterioração da democracia, dos direitos humanos e do Estado de direito.
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