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Estado de Minas

Banco Central Europeu mantém taxas de juros diante de desaceleração


postado em 24/01/2019 16:07

Após ter abandonado seu programa de apoio à economia, o Banco Central Europeu (BCE) manteve nesta quinta-feira suas taxas básicas de juros em seu nível mais baixo, diante da conjuntura incerta que, por ora, impede a instituição de programar uma alta.

O presidente do BCE, Mario Draghi, considerou que os riscos que pesam sobre a economia aumentaram na zona do euro, devido às "incertezas geopolíticas", à "ameaça protecionista", às "fragilidade nos mercados emergentes e à volatilidade dos mercados financeiros".

Neste contexto, o BCE manteve sua taxa básica de juros em seu nível mais baixo e não espera alterá-las "pelo menos até o verão (europeu) de 2019", anunciou um porta-voz da instituição.

A taxa principal de refinanciamento permaneceu em zero, e os bancos continuarão pagando juros negativos de 0,40% pelo excesso que depositarem na entidade.

"Nem a debilidade da inflação, nem a incerteza do panorama econômico, nem (a atitude prudente esperada de) o Federal Reserve americano (Fed) convidam a precipitar uma primeira alta das taxas de juros na zona do euro", resume Bruno Cavalier, economista da Oddo BHF.

A última vez que o BCE reforçou sua política monetária, elevando seus juros, foi em julho de 2011.

Em dezembro, o BCE adotou uma grande mudança em sua política monetária, ratificando o fim de seu histórico programa de compra de ativos líquidos iniciado em 2015 para estimular a economia, apesar de ser pessimista quanto aos riscos que pesam sobre o crescimento econômico.

- Alerta do FMI -

O Fundo Monetário Internacional (FMI), confirmou nesta segunda-feira os temores e anunciou que as disputas comerciais, o Brexit e outras incertezas ameaçam lastrear o crescimento mundial, prevendo uma desaceleração maior que a prevista.

O FMI reduziu sua previsão de crescimento para a zona do euro em 1,6% neste ano, ligeiramente abaixo da previsão do BCE (1,7%).

Outro índice preocupante tem sido o da atividade privada na zona do euro, que se aproximou da estagnação em janeiro - seu menor nível desde julho de 2013 -, segundo a primeira estimativa do índice PMI do gabinete Markit, publicada nesta quinta-feira.

Os dados econômicos são "mais frágeis" do que o esperado, disse Mario Draghi em uma entrevista coletiva.

Draghi atribuiu essa fraqueza persistente à "desaceleração da demanda externa" que pesará sobre as perspectivas de crescimento "de curto prazo".

No entanto, o presidente do BCE considera positiva "a situação do mercado de trabalho, as condições favoráveis de financiamento e o aumento dos salários".

Já a inflação na zona do euro - única meta estabelecida oficialmente pelo BCE - caiu para 1,6% em dezembro, ante 1,9% em novembro, em grande parte devido à queda dos preços de energia.

BCE defende a inflação para a região um pouco abaixo de 2%.


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