Um juiz aceitou nesta sexta-feira (25) a mudança de advogados solicitada pelo ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein, acusado de agressões sexuais em Nova York, mas impôs restrições pois, recentemente, um deles representou uma das acusadoras.
O juiz James Burke validou a saída de Ben Brafman, que havia defendido Weinstein até agora, e aceitou a sua substituição por outros famosos advogados, José Baez e Ronald Sullivan.
De qualquer forma, advertiu que irá impor limitações para evitar conflitos de interesse devido ao fato de um dos advogados ter defendido a atriz Rose McGowan, uma das 10 mulheres que acusou Weinstein de agressão sexual em outubro de 2017, em um caso à parte sobre posse de cocaína.
Burke recordou que a atriz acusou Harvey de esconder cocaína em sua bolsa e que o ex-produtor havia mencionado essas acusações em e-mails.
O magistrado disse que se a atriz for chamada para testemunhar pela acusação durante o processo contra Weinstein, os advogados não poderão usar a informação que tiveram nesse caso.
O ex-produtor de 66 anos respondeu: "Sim, senhor", quando o juiz perguntou a ele se desejava manter os advogados. Os próprios letrados confirmaram que estavam conscientes destas restrições.
"Este caso é uma prova à presunção de inocência", declarou Baez na saída do tribunal. "Ele deveria ter o direito à mesma presunção que todo mundo".
Uma questão-chave da preparação do julgamento é saber quem serão as mulheres autorizadas a testemunhar contra Weinstein.
Mais de 80 mulheres o acusaram publicamente de agressões e assédio sexual, entre elas celebridades como Ashley Judd e Angelina Jolie.
Em Nova York é acusado de duas agressões sexuais - um sexo oral forçado e um estupro - que supostamente teria cometido contra duas mulheres em 2006 e 2013.
O julgamento tem previsão de início em maio. A próxima audiência está marcada para 7 de março.