A imprensa oficial chinesa classificou, nesta segunda-feira (28), de "ingerência política" a demissão do embaixador do Canadá em Pequim a pedido do primeiro-ministro Justin Trudeau, no caso da executiva chinesa detida.
Na semana passada, o embaixador John McCallum disse à imprensa que a defesa de Meng Wanzhou, executiva da Huawei, tinha um "caso muito sólido" para se opor à sua extradição.
Ele citou ainda vários fatos que, segundo ele, eram favoráveis para a cidadã chinesa, entre eles, o "envolvimento político" do presidente americano, Donald Trump, no caso.
Meng Wanzhou, uma executiva da companhia chinesa e filha de seu fundador, foi detida em 1º de dezembro em Vancouver, a pedido da Justiça americana que pede sua extradição.
Acusada de burlar as sanções americanas contra o Irã, ela se encontra agora em liberdade condicional, mas sua detenção deflagrou uma crise diplomática sem precedentes em Ottawa e Pequim.
A demissão de McCallum "revela a ingerência política" há tempos denunciada por Pequim neste caso, considerou o jornal Global Times em seu editorial.
"Estavam a par da geopolítica que cerca o caso desde o começo", afirmou o jornal.
Os Estados Unidos têm até 30 de janeiro para transmitir oficialmente um pedido de extradição às autoridades canadenses.