A maior parte do avião no qual o jogador argentino Emiliano Sala e seu piloto viajavam e que desapaceu há duas semanas foi encontrada no fundo da Canal da Mancha, informou a empresa privada que participou na operação.
"Está todo quebrado, mas a maior parte está lá", afirmou à rádio BBC David Mearns, diretor da empresa Blue Water Recoveries, que foi contratada pela família do atleta para organizar a busca submarina.
O avião monomotor desapareceu dos radares em 21 de janeiro sobre o Canal da Mancha, a 20 quilômetros do norte da ilha britânica de Guernesey. Foi localizado perto deste local.
Depois que imagens de alta resolução definiram a área em que estava o avião, a empresa pediu ajuda ao navio 'Geo Ocean 3', que havia sido contratado pela AAIB (Agência britânica de Investigação de Acidentes Aéreos), explicou Mearns.
Um veículo operado à distância, com câmeras e luzes, confirmou que era o avião, completou o diretor da Blue Water Recoveries, que trabalhou em coordenação com as autoridades britânicas.
"Viram o número da matrícula e, para surpresa de todos, a maior parte do avião está lá".
As autoridades não sabem ainda se os corpos de Sala, 28 anos, e do piloto David Ibbotson, 59, estão dentro do avião.
"A família quer desesperadamente que o avião seja recuperado. Eles sentem que realmente fizeram algo além do que qualquer família normal teria feito, arrecadando dinheiro para uma busca financiada com recursos privados, para sair e obter este resultado tão rapidamente. Agora sentem que é responsabilidade do governo dar os próximos passos", declarou Mearns.
"Como é a cena de um acidente, agora a polícia está envolvida e não procede tentar recuperar o avião com meios privados", destacou.
As autoridades britânicas anunciaram no domingo à noite que encontraram os destroços da aeronave, mas não informaram quando nem como pretendem elevá-los à superfície, uma operação complicada com as difíceis condições meteorológicas.
Horacio Sala, o pai de Emiliano, qualificou de um pesadelo a notícia em declarações à emissora de TV argentina Crónica TV.
"Não posso acreditar, isto é um sonho, um sonho ruim", disse o pai do jogador, que está na Argentina, após saber da notícia, aparentemente pela televisão.
O pai de Sala assegurou que não teve comunicação direta com o restante dos familiares enviados a Nantes (oeste da França).
"Eu me comunico todos os dias com eles (a família), mas, como não tenho WhatsApp, demora para ligar para eles ou que eles liguem para mim. Diziam que os dias passavam e não havia notícias de Emiliano, nem do avião", comentou em voz baixa Sala na curta entrevista à TV.
- Apoio de astros argentinos -
O atacante argentino e o piloto David Ibbotson tinham saído de Nantes (oeste da França) rumo a Cardiff (em Gales), sede do clube que acabara de contratar Sala com uma quantia estimada pela imprensa em 17 milhões de euros.
O controle de tráfego aéreo da ilha de Jersey informou que no dia do desaparecimento, o avião voava primeiro a 5.000 pés (quase 1.700 metros de altitude) e que antes de desaparecer dos radares solicitado pedido autorização para descer a 2.300 pés.
As buscas submarinas, em colaboração entre a Blue Water e a AAIB, começaram no domingo em uma área de 13 quilômetros quadrados ao norte da ilha de Guernesey.
Em 26 de janeiro, dois dias depois da suspensão das operações oficiais de buscas, a família de Sala informou que continuaria as buscas graças aos fundos obtidos mediante uma arrecadação na internet.
A família recebeu o apoio de vários jogadores, entre eles os argentinos Lionel Messi, Gonzalo Higuaín e Nicolas Otamendi.
Na quarta-feira, a AAIB informou que os restos de dois assentos, "provavelmente" pertencentes ao avião desaparecido, foram encontrados em uma praia da localidade francesa de Surtainville.