O líder opositor Juan Guaidó não descartou, em uma entrevista com a AFP, autorizar uma intervenção militar dos Estados Unidos ou uma força estrangeira na Venezuela, se for necessário, para que Nicolás Maduro deixe o poder.
"Nós faremos tudo o que for possível. Esse é um tema obviamente muito polêmico, mas fazendo uso de nossa soberania, do exercício de nossas competências, faremos o necessário", respondeu Guaidó à pergunta se faria uso das faculdades como chefe do Parlamento e presidente encarregado para autorizar eventualmente uma intervenção militar.
O dirigente, cuja presidência interina é reconhecida por meia centena de países, enfatizou que fará "tudo o que for necessário, tudo o que tivermos que fazer para salvar vidas humanas, para que não continuem morrendo crianças" ou pacientes por falta de remédios.
"Vamos fazer tudo o que for para que se tenha o menor custo social, que se gere governabilidade e estabilidade para poder atender à emergência", afirmou Guaidó, perguntado duas vezes se autorizaria uma intervenção militar.
Guaidó se autoproclamou presidente interino em 23 de janeiro depois que o Legislativo declarou Maduro um usurpador do cargo.
O presidente americano, Donald Trump, que reconheceu Guaidó no mesmo dia de sua proclamação, reafirmou no domingo passado que o uso do exército na Venezuela é "uma opção" que se considerou diante da crise política e socioeconômica do país petroleiro.
"Aqui na Venezuela os dias já se contam em vidas humanas (...) De 23 a 30 (de janeiro) a FAES (Força de Ação Especial da Polícia Nacional Bolivariana), uma unidade das forças armadas, assassinou a sangue frio 70 jovens", denunciou o opositor.
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