Militares brasileiros montaram neste domingo uma barreira de contenção em Pacaraima, perto da fronteira com a Venezuela, depois que manifestantes venezuelanos atiraram pedras da zona de trânsito limítrofe na direção de soldados do seu país, que reagiram atirando bombas de gás lacrimogêneo.
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Guaidó chega a Bogotá para aumentar pressão contra Maduro na VenezuelaGuaidó chega a Bogotá para aumentar pressão contra Maduro na VenezuelaA GNB avançou mais que o habitual até o limite fronteiriço e se alinhou com escudos a 50 metros da fronteira, lançando bombas de gás lacrimogêneo na direção dos manifestantes. A barreira foi reforçada com três veículos antimotins, comprovou a AFP.
Alguns encapuzados voltaram a incendiar objetos dentro de um posto militar venezuelano, depois dos distúrbios similares do sábado.
Depois de terminados os confrontos, 500 simpatizantes de Maduro chegaram à localidade limítrofe e hastearam a bandeira da Venezuela, que na véspera tinha sido baixada por manifestantes do lado brasileiro.
Maduro decretou o fechamento por tempo indeterminado desta fronteira, tentando impedir a entrada de carga de alimentos e medicamentos, que a oposição pretendia levar a território venezuelano no sábado.
Dois caminhões com 8 toneladas de ajuda humanitária, doada por Washington e Brasília, permanecem estacionados em instalações militares da Operação Acolhida, destinada a migrantes venezuelanos no Brasil.
O coronel do Exército brasileiro Georges Feres Kanaan esclareceu que a barreira montada não significa que o Brasil tenha fechado a passagem fronteiriça.
"Estamos cuidando para que ninguém se machuque, este é um confronto entre civis e militares venezuelanos", disse à AFP o oficial, acrescentando que não haverá reforço militar, mas que efetivos já destacados na fronteira vão garantir a integridade das pessoas.
Várias ambulâncias entraram desde o sábado em território brasileiro, trazendo pelo menos 18 venezuelanos feridos a tiros em confrontos em Santa Elena de Uairén, a 20 km de Pacaraima.
O governador de Roraima, Antônio Denarium, declarou neste domingo estado de calamidade na saúde pública do estado, o que lhe permitirá liberar mais recursos para atendimentos médicos.
Três desertores
Três sargentos venezuelanos da GNB, que estavam destacados no posto de controle fronteiriço, desertaram e chegaram a Pacaraima, onde pediram refúgio.
Dois deles cruzaram a fronteira durante os incidentes do sábado, somando-se à centena de militares e policiais venezuelanos que fugiram da Venezuela rumo à Colômbia. O terceiro sargento chegou a Pacaraima neste domingo.
"Estávamos aqui no posto de controle da Operação Acolhida e dois militares da Guarda Nacional venezuelana se apresentaram pedindo refúgio", contou o coronel Kanaan.
Os sargentos foram alojados em instalações da Operação Acolhida de Pacaraima e darão início ao procedimento para solicitar refúgio ou residência temporária, vacinação e regularização da permanência no Brasil, acrescentou.
O norte da América do Sul viveu momentos de tensão no sábado, no âmbito de uma operação internacional para entregar medicamentos e alimentos nas fronteiras da Venezuela, impulsionada pelo dirigente da oposição, Juan Guaidó, reconhecido como presidente encarregado da Venezuela por 50 países.
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