Outros três sargentos venezuelanos desertaram e cruzaram a fronteira para Pacaraima, em Roraima, informou nesta segunda-feira à AFP o coronel Georges Feres Kanaan, membro da Operação Acolhida, que recebe os migrantes venezolanos.
Kanaan disse que os militares cruzaram por estradas alternativas e chegaram no domingo à noite vestidos em trajes civis. Um deles estava em condições de desnutrição, informou outra fonte militar.
A fronteira venezuelana continua fechada desde quinta-feira por decreto do presidente Nicolás Maduro.
Desde então, seis sargentos já deixaram a Venezuela na direção do Brasil. Outros 156 policiais e militares deixaram o país e foram para a Colômbia.
As deserções acontecem após uma frustrada operação internacional de entrega de ajuda humanitária organizada pela oposição política a Maduro.
"Nos quarteis militares, não há comida. Não tem colchões. Nós, sargentos da Guarda Nacional, estamos dormindo no chão", contou o sargento Carlos Eduardo Zapata, um dos três primeiros a chegar ao Brasil.
A fronteira entre os dois países, tradicionalmente tranquila, viveu horas estressantes no fim de semana com o fechamento decretado por Maduro para impedir a entrada de alimentos e remédios doados pelos Estados Unidos e pelo Brasil.
Manifestantes venezuelanos em território brasileiro jogaram pedras e coquetéis molotov contra integrantes da Guarda Nacional Bolivariana, gerando confrontos rapidamente controlados.
Os militares brasileiros, para diminuir a tensão no local, estabeleceram um cordão de segurança, que foi mantido nesta segunda-feira.
O presidente Jair Bolsonaro se reuniu pela manhã em Brasília com seu ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e membros do alto-comando militar.
Essa reunião acontece paralelamente ao Grupo Lima em Bogotá, do qual participam os Estados Unidos e o líder da oposição Juan Guaidó, para definir os passos a serem seguidos na crise venezuelana.