O líder opositor Juan Guaidó, reconhecido por 50 países como presidente interino da Venezuela, prometeu nesta terça-feira (26) que "em breve" voltará a Caracas, após ter viajado à Colômbia há cinco dias desafiando uma proibição judicial que o impedia de deixar o país.
"Não assumi este compromisso para exercê-lo em um lugar que não seja a Venezuela, sendo assim nos vemos em Caracas muito em breve", disse o líder opositor de 35 anos, em vídeo que dirigiu aos venezuelanos, divulgado em sua conta no Twitter.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse à emissora ABC News que Guaidó terá que enfrentar a Justiça, pois tinha proibido deixar o país e deveria respeitar a lei.
Em uma entrevista difundida nesta terça-feira pelo canal NTN24, Guaidó disse que sua "função" e seu "dever é estar em Caracas apesar dos riscos".
"Um preso não serve a ninguém, um presidente exilado tampouco", assegurou.
Os governos dos Estados Unidos e da Colômbia disseram-se seriamente preocupados por sua segurança quando voltar à Venezuela.
Guaidó chegou à Colômbia na sexta-feira passada para coordenar a entrega de ajuda humanitária pela cidade fronteiriça colombiana de Cúcuta, mas os militares venezuelanos a bloquearam em meio a distúrbios que deixaram quatro mortos e dezenas de feridos.
Na segunda-feira, participou em Bogotá na reunião do Grupo de Lima, que se comprometeu em apertar o cerco a Maduro, embora tenha descartado o uso da força. O vice-presidente americano, Mike Pence, que esteve no encontro, reiterou que para Washington "todas as opções estão sobre a mesa".
"À reunião do Grupo de Lima seguiram-se outras reuniões que devem nos encher de ânimo e que fazem parte da estratégia que seguiremos nos próximos dias" para alcançar um governo de transição e eleições "livres", disse Guaidó no vídeo.
"Somos reconhecidos pelas principais democracias do mundo, enquanto o usurpador não é mais que um homem cada vez mais sozinho e desesperado", assegurou, referindo-se a Maduro.