Com uma greve e centenas de protestos e concentrações em toda a Espanha, o movimento feminista acredita que repetirá este ano o sucesso de 2018 por ocasião do Dia Internacional da Mulher, que deste vez assume um tom político em função das eleições legislativas de 28 de abril.
"Se nós pararmos, o mundo vai parar". Com esse slogan, os grandes sindicatos do país, Comissões Operárias (CCOO) e UGT, convocaram paralisações de duas horas por turno, enquanto que os menores, como CGT e CNT, convocaram uma greve de 24 horas.
Também estão previstas marchas em várias cidades, que tiveram início nas primeiras horas da manhã.
Em Madri está prevista a maior manifestação do país com o objetivo de obter o histórico êxito do ano passado, quando milhões de pessoas participaram em uma inédita greve feminista nas passeatas de 8 de Março na Espanha.
Desde março de 2018 houve uma mudança de governo na Espanha, agora socialista e com mais mulheres no gabinete, mas no país ainda existe uma brecha salarial de 14,2% entre homens e mulheres (dois pontos abaixo na média europeia).
Além disso, a violência machista continua matando mulheres no país: 47 no ano passado e ao menos 975 desde 2003.
"Queremos uma Espanha feminista porque somente a partir do feminismo vamos acabar com a violência baseada em gênero e alcançar a igualdade real. Somente a partir do feminismo alcançaremos a democracia plena", tuitou o presidente do Governo, Pedro Sánchez.
No entanto, nem tudo é consenso. No domingo foi convocada uma contra-manifestação em Madri organizada pela "Plataforma Global Mulheres do Mundo", que reúne organizações católicas e antiaborto, contra o "feminismo rançoso da esquerda".