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Estado de Minas

Governo da Finlândia renuncia após fracasso de plano de reformas sociais e provoca risadas da oposição

Entre as reformas, estavam a centralização dos serviços e maior utilização de fornecedores privados, dois pontos muito polêmicos


postado em 08/03/2019 10:51 / atualizado em 08/03/2019 11:10

Líder da oposição, Antti Rinne, deu risadas após anúncio da renúncia pelo primeiro-ministro Juha Sipilä(foto: Heikki Saukkomaa / Lehtikuva / AFP)
Líder da oposição, Antti Rinne, deu risadas após anúncio da renúncia pelo primeiro-ministro Juha Sipilä (foto: Heikki Saukkomaa / Lehtikuva / AFP)

O primeiro-ministro finlandês, Juha Sipilä, apresentou nesta sexta-feira o pedido de demissão de seu governo de centro-direita, após o fracasso de sua tentativa de aprovar um programa de reformas sociais e do sistema de saúde, cinco semanas antes das eleições legislativas de 14 de abril.


O programa de reformas, fonte de discórdia em sucessivos governos há 10 anos, voltou a dividir a coalizão de governo, integrada pelo Centro (partido do premier), o Partido da Coalizão Nacional (direita) e o partido Reforma Azul (eurocético).


A coalizão percebeu que não poderia apresentar o programa ao Parlamento antes das eleições legislativas, o que levou Sipilä a jogar a toalha.


O primeiro-ministro permanecerá à frente dos temas protocolares até a formação do novo governo.


Entre as reformas propostas estavam a centralização dos serviços com novas entidades regionais de saúde e a maior utilização de fornecedores privados, dois pontos muito polêmicos.


Os integrantes da coalizão não conseguiram chegar a um acordo em alguns pontos, como a abertura do sistema para dar mais liberdade de escolha aos pacientes.


"Meu governo trabalha de acordo com o princípio 'resultados ou demissão'. Sou um homem de princípios e na política é necessário assumir responsabilidades. Assumo a minha parte de responsabilidade", afirmou Sipilä.


A decisão foi anunciada a pouco mais de um mês das eleições legislativas e provocou divisões entre os políticos.


O líder dos social-democratas, principal partido da oposição, Antti Rinne, considerou a iniciativa "estranha".


Veronica Rehn-Kivi, do Partido Popular Sueco da Finlândia (liberais), disse que a decisão é uma "vitória" para o estado de bem-estar social.


Juha Sipilä, de 57 anos e engenheiro de formação, se tornou milionário por suas atividades no setor de tecnologia, antes de entrar para a política e vencer as eleições legislativas de 2015.


Na campanha, ele prometeu "consertar" tudo que não funcionava na Finlândia, que no momento estava em recessão.


O premier encarava as reformas sociais e do sistema de saúde como suas prioridades, por considerá-las necessárias para reduzir os custos dos tratamentos de uma população cada vez mais idosa.


O índice de pessoas acima do 65 anos no país nórdico, de 5,4 milhões de habitantes, deve alcançar 26% até 2030.


As pesquisas apontam os social-democratas na liderança para as legislativas. O partido de Sipilä ficaria em terceiro, com apenas 15% dos votos.


O programa de austeridade de Sipilä e uma regulamentação mais rígida para os benefícios sociais adotada durante seu mandato foram muito impopulares no país, que tem uma das redes de bem-estar social mais generosas do mundo, mas np qual o custo de vida também é muito elevado.


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