Mais de cinco anos depois de sua morte, as guitarras de Lou Reed ressoaram, na quarta-feira (13), sob a majestosa abóboda de uma catedral em Nova York, a amada cidade deste pioneiro do rock.
Sua viúva, Laurie Anderson, também uma conhecida música, fez entrar na enorme Catedral São João o Divino (Cathedral of Saint John the Divine), no noroeste de Manhattan, os emblemáticos "drones" do intérprete de "Walk on the Wild Side", um grupo de guitarras deliberadamente apoiadas em amplificadores para produzir sons imprevisíveis e desafinados.
Conhecido por seu lirismo e por seu gosto pelos "volumes extremos", Lou Reed havia começado a experimentar com esses "drones", quando era líder da famosa banda The Velvet Underground.
"É um tipo de música muito complexo", disse Laurie à AFP antes da apresentação, que foi pública e gratuita.
"É tão barulhento que se torna relaxante, invade você e suas defesas caem. E, nos nossos dias, isso é uma sensação muito agradável", completou.
Inicialmente acompanhados pelo órgão da catedral, os "drones" fizeram seus sons particulares por cinco horas.
A Biblioteca Pública de Nova York adquiriu os arquivos do artista, que faleceu em outubro de 2013, aos 71 anos, motivo pelo qual suas obras logo ficarão acessíveis para um número muito maior de pessoas.
"Ele não teria gostado que os arquivistas" manipulassem sua herança musical "com luvas de látex", diz sua viúva. "Todos podem ir à biblioteca e ouvir o que Lou fez", completou.
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