O Grupo de Contato Internacional (GCI) sobre a Venezuela começou a discutir, nesta quinta-feira, seus avanços para conseguir a entrada de ajuda humanitária e eleições presidenciais naquele país em uma reunião de ministros das Relações Exteriores em Quito.
A reunião é realizada em meio a tensões sobre a recente chegada na Venezuela de dois aviões russos com pessoal militar e equipamentos, e com a crise social em um nível máximo devido a um novo apagão.
O anfitrião, o chanceler equatoriano José Valencia, defendeu que o esforço multilateral "se materialize em favor de situações que necessariamente requerem apoio externo para facilitar uma solução".
Entre os presentes estão a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, e os ministros das Relações Exteriores de Portugal, Augusto Santos Silva, Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, Chile, Roberto Ampuero, e Costa Rica, Manuel Ventura Robles, entre outros.
Na abertura da reunião, Mogherini assegurou que o grupo continuará trabalhando "para encontrar uma solução pacífica, democrática para a crise do país através de eleições livres e confiáveis".
A chefe da diplomacia europeia expressou sua "firme rejeição ao uso da força para enfrentar a atual crise" na Venezuela e pediu "o pleno restabelecimento da ordem constitucional democrática e do Estado de direito".
Na quarta-feira, foram realizadas reuniões técnicas do GCI em Quito para analisar os relatórios das missões que visitaram a Venezuela para "manter contato com as diversas partes envolvidas no conflito", informou o ministério das Relações Exteriores em um comunicado.
O GCI foi lançado em 7 de fevereiro em Montevidéu, fixando um prazo de 90 dias para promover eleições presidenciais como uma saída à crise.
Inclui oito países europeus (Alemanha, Espanha, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido e Suécia) e quatro latino-americanos (Bolívia, Costa Rica, Equador e Uruguai).
Pouco antes das deliberações a portas fechadas no Palácio de Najas, sede do ministério das Relações Exteriores, o Parlamento Europeu decidiu nesta quinta-feira evitar o uso do GCI "pelo regime ilegal de Maduro como uma estratégia para retardar a resolução da crise" para permanecer no poder.
Também destacou "a falta de resultados tangíveis até o momento" e pediu ao GCI que colabore com o Grupo de Lima "como ator regional" em busca de uma solução na Venezuela, que sofre uma profunda crise política, econômica e humanitária.
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