A empresa aérea Virgin Australia anunciou nesta quinta-feira a anulação do acordo firmado com a companhia nacional do Brunei, reagindo ao estabelecimento da pena de morte para homossexuais neste pequeno estado.
O acordo permitia ao pessoal da Virgin comprar passagens a preços reduzidos para viajar nos voos da Royal Brunei.
A companhia australiana enviou um email a seus funcionários explicando que a nova legislação, baseada na Xaria e que entrou em vigor na quarta-feira, se aplica a muçulmanos, não muçulmanos e estrangeiros, "inclusive em trânsito a bordo de aviões registrados no Brunei".
Diante dos duros castigos (incluindo a pena capital) previstos para atividades que são legais e aceitáveis na Austrália, [o acordo sobre o transporte das tripulações] fica anulado imediatamente", revela o email.
O pequeno sultanato instaurou nesta quarta-feira a pena de morte por apedrejamento para punir as relações homossexuais e o adultério, com uma reforma do código penal inspirada na sharia, o que provocou uma onda de indignação ao redor do mundo.
O Estado rico em combustíveis, situado na ilha de Bornéu e governado com mão de ferro pelo sultão Hassanal Bolkiah, se tornou o primeiro país do sudeste asiático a aplicar a nível nacional um código penal baseado na lei islâmica mais rígida, seguindo o exemplo da Arábia Saudita.
A nova legislação também prevê a amputação de um pé ou de uma das mãos para os ladrões. O estupro pode ser punido com pena de morte, assim como ofensas ao profeta Maomé. Alguns artigos do código penal, como o apedrejamento por homossexualidade, se aplicam tanto aos muçulmanos como aos não muçulmanos.