As montadoras alemãs BMW, Daimler e Volkswagen estabeleceram acordos para evitar a concorrência no desenvolvimento de tecnologia para reduzir as emissões de gases poluentes, indicou nesta sexta-feira a Comissão Europeia, que citou um relatório "preliminar".
"Tememos que isso tenha acontecido neste caso e que Daimler, VW e BMW tenham violado as normas de concorrência na UE", afirmou em um comunicado a comissária europeia Margrethe Vestager, antes de destacar que as empresas "têm agora a oportunidade de responder" a Bruxelas.
A BMW anunciou, em nota, que vai reservar provisões extraordinária de "mais de 1 bilhão de euros" devido aos riscos jurídicos do relatório.
As conclusões iniciais da investigação aberta em setembro de 2018 apontam que as três montadoras participaram em um "sistema de conluio" para "limitar o desenvolvimento e a implantação de tecnologias de redução de emissões para os veículos novos a diesel e gasolina", afirma a Comissão no comunicado.
As práticas, que aconteceram entre 2006 e 2014, foram estabelecidas durante reuniões técnica dos fabricantes denominados "Círculo dos Cinco" e privaram os consumidores de comprar veículos menos poluente, indica o Executivo comunitário.
Os sistemas que teriam sido afetados seriam os de redução catalítica seletiva (SCR) para motores a diesel e os filtros de partículas Otto (OPF) para carros a gasolina, afirma Bruxelas, que fez uma série de inspeções em 2017.
A investigação começou três anos depois das revelações nos Estados Unidos de que a Volkswagen instalara um dispositivo em milhões de veículos a diesel em todo o mundo para burlar os testes de emissões de gases poluentes.
Se a informação sobre o cartel for confirmada, o preço a pagar será alto. Em julho de 2016, o Executivo da UE multou em 2,93 bilhões de euros quatro fabricantes europeias de caminhões, acusadas de acordos sobre os preços de venda por 14 anos.