O chefe de inspetores nucleares da ONU disse nesta sexta-feira (5) que a agência pediu que a Arábia Saudita aceite salvaguardas para material nuclear destinado ao seu primeiro reator atômico, que pode chegar ao final deste ano.
Imagens recentes de satélite do projeto nos arredores de Riad, que vieram à tona recentemente, aparecem em meio à polêmica em Washington, porque, de acordo com os democratas, o presidente Donald Trump tem pressa para aprovar projetos nucleares com o reino.
No entanto, Yukiya Amano, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), disse que não há nada secreto sobre o reator e que a Arábia Saudita informou à agência da ONU, com sede em Viena, sobre seus planos em 2014.
Segundo ele, a AIEA encorajou a Arábia Saudita a assinar um acordo abrangente de salvaguardas, por meio do qual a agência se assegura que o material nuclear não será desviado para uso em armamentos.
A Arábia Saudita já assinou um acordo frágil voltado para países com quantidades mínimas de material nuclear, o que, segundo Amano, foi bom até o reino começasse a adquirir quantidades significativas.
"Propusemos à Arábia Saudita rescindi-lo e substituí-lo por um acordo abrangente de salvaguardas de pleno direito", disse Amano a jornalistas em Washington.
"Eles não disseram não, nem disseram que sim, e agora eles estão avaliando. Estamos esperando", disse o diplomata, que ressaltou que "por enquanto eles não têm o material, então não há violação".
Ele acrescentou que a Arábia Saudita pode importar material nuclear "até o final do ano", embora tenha advertido que os projetos nucleares frequentemente atrasam.
O secretário de Energia, Rick Perry, disse no mês passado em uma aparição perante o Senado que seu Departamento deu sua aprovação a seis pedidos de empresas norte-americanas para realizar trabalhos nucleares na Arábia Saudita.
A aprovação foi dada apesar do fato de a Arábia Saudita ainda não ter aceitado a chamada Seção 123 do acordo que garante o uso pacífico da tecnologia nuclear, que é exigida pela legislação dos EUA antes de aprovar qualquer transferência de material sensível.
O poderoso príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, alertou que o reino poderia desenvolver armas nucleares se seu inimigo, o Irã, as obtivesse.
.