As geleiras dos Alpes podem derreter em 90% até o final do século, se nada for feito para reduzir o efeito estufa, responsável pelo aquecimento global, de acordo com um estudo divulgado nesta terça-feira (8).
Cerca de 4.000 geleiras, cujo derretimento no verão fornece água a milhões de pessoas, estão ameaçadas pelas emissões vinculadas à atividade humana.
Uma equipe de pesquisadores suíços estimou a evolução das geleiras de acordo com diferentes hipóteses de aquecimento.
Se as emissões chegarem a um teto em poucos anos e depois caírem rapidamente até 2100, apenas um terço do volume de geleiras sobreviverá.
No entanto, se as emissões continuarem no ritmo atual, a previsão é muito mais assustadora.
"Com essa hipótese pessimista, os Alpes poderão ficar sem geleiras em 2100, com apenas alguns isolados em altitude, que representaria 50% ou menos do que o volume atual", explica Mathias Huss, diretor da ETH Zurich, e co-autor do estudo.
Quaisquer que sejam os esforços para reduzir as emissões, os Alpes perderiam pelo menos metade de suas geleiras, alertam os pesquisadores que ressaltam a importância destas massas de gelo.
"Uma geleira é um reservatório. Uma geleira em bom estado é derrete (parcialmente) durante o verão e aumenta de volume no inverno. Isso significa que o período em que as pessoas mais precisam de mais água, elas obtêm da geleira", disse à AFP Harry Zekollari, da Universidade Tecnológica de Delft, na Holanda.
As geleiras dos Alpes contêm cerca de 100 km3 de gelo. Mas eles não são os únicos que se derretem.
Outro estudo publicado na segunda-feira na Nature estima que o derretimento das geleiras em todo o mundo acelerou nas últimas décadas.
As geleiras perderam 9 trilhões de toneladas de gelo desde 1961, o que fez que o nível do mar subisse 2,7 cm, de acordo com o estudo publicado na segunda-feira por pesquisadores europeus.
As geleiras que mais contribuíram para esse aumento foram as do Alasca, as da Patagônia e as do Ártico. As dos Alpes, que são menores, tiveram uma contribuição "menor".
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