Jornal Estado de Minas

Autoridades expulsam diretor do escritório da AFP em Argel

O diretor do escritório da Agence France Presse (AFP) em Argel, Aymeric Vincenot, foi expulso nesta terça-feira (9) pelas autoridades argelinas, que se negaram a renovar sua credencial para 2019.

A ação ocorre num momento em que a Argélia está em meio de um movimento de contestação popular sem precedentes que levou ao pedido de renúncia do presidente Abdelaziz Buteflika, que concorreria a um quinto mandato nas eleições de 2 de abril.

Vincenot, de 45 anos, que ocupava o cargo em Argel desde junho de 2017, teve que deixar o país esta noite, quando vencia o prazo dado pela Polícia, após expirar sua permissão de residência. A decisão foi considerada inaceitável pelo presidente da AFP, Fabrice Fries.

"Por nos deixar sem um diretor de escritório no local, esta decisão atinge gravemente nossa operação, que tem como objetivo garantir uma cobertura exaustiva e rigorosa dos acontecimentos históricos que estão ocorrendo atualmente na Argélia", acrescentou Fries.

O funcionário da agência de notícias, cuja permissão de residência no país expirou em 28 de fevereiro, não tinha visto desde o fim do ano passado.

A solicitação de renovação de sua credencial de imprensa para 2019, um documento que permite a obtenção de uma permissão de residência, ficou sem resposta por parte das autoridades, apesar dos esforços da AFP por obter explicações.

A redação internacional da AFP cobre notícias de todo o mundo em texto, vídeo, foto e infografia em seis idiomas, 24 horas por dia, segundo requisitos editoriais de rigor, independência e pluralidade.

Mais de cinco mil veículos de comunicação utilizam os serviços da agência, que está presente em 151 países, sendo que o escritório na Argélia existe desde 1962.

No último relatório mundial sobre liberdade de imprensa dos Repórteres sem Fronteiras (RSF), a Argélia ocupava a posição de número 136, em uma lista de 180 países.

.