O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva encarna a vontade de revolta do povo brasileiro, afirmou nesta quinta-feira sua companheira de luta e presidente destituída Dilma Rousseff, em um ato político organizado em Buenos Aires.
"Muitas pessoas acreditam que Lula agora pode ser libertado, porque já passou a eleição de (Jair) Bolsonaro e era preciso julgá-lo antes (das eleições)", disse Dilma na Universidade Metropolitana para a Educação e o Trabalho (Umet).
Dilma destacou que o processo não envolvia apenas a eleição: "Lula não é apenas um preso político, Lula representa a possibilidade de encarnação da revolta do povo brasileiro".
Durante o ato, o argentino Prêmio Nobel da Paz (1980) Adolfo Pérez Esquivel recordou que propôs o nome de Lula para a mesma distinção.
Entre os presentes no ato estavam os membros do Comitê Argentino pela Liberdade de Lula e Justiça por Marielle Franco.
"Todas as lideranças populares daquela época na América Latina estão ameaçadas hoje pelas armas legais do 'law fare' (perseguição judicial a opositores)", afirmou a ex-presidente de esquerda.
"Há alguns monstros do neofascismo que aparecem no Brasil e o monstro do FMI e suas políticas 'austericidas', que também apareceram aqui (na Argentina)", lamentou Dilma, que sofreu o impeachment em 2016 sob a acusação de irregularidades fiscais.
Centrais sindicais, universidades, movimentos sociais e organizações de defesa dos direitos humanos da Argentina exigiram na Umet a libertação de Lula, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.