O primeiro-ministro português, Antonio Costa, ameaçou renunciar nesta sexta-feira se o Parlamento aprovar uma lei para descongelar o salário dos professores, que ele desaconselhou, após uma inesperada aliança de seus aliados da esquerda com os conservadores da oposição.
"A aprovação desta iniciativa parlamentar obrigará o governo a apresentar sua renúncia", declarou Costa em uma coletiva de imprensa. As eleições legislativas estão previstas para 6 de outubro.
Os professores protestam há meses pedindo um aumento de salário, bloqueado durante os anos da crise. Com a votação no Parlamento, outros sindicatos de funcionários públicos reclamam medidas similares.
"É algo que cedo ou tarde custará 800 milhões de euros aos portugueses", alertou o primeiro-ministro após se reunir com o presidente, Marcelo Rebelo de Sousa.
Costa, que conseguiu organizar as finanças públicas desde que formou um governo minoritário em 2015, acredita que os aumentos salariais representariam uma "ruptura de nossos compromissos e uma ameaça à credibilidade internacional de nosso país. E isso não é negociável".
A comissão parlamentar de Educação se pronunciou nesta quinta à noite (horário local) a favor dos descongelamento dos salários dos docentes. O Partido Socialista foi o único a se opor a moção, que recebeu apoio de seus aliados do Partido Comunista (PC), do Bloco de Esquerdas (BE) e da oposição, de direita.
A iniciativa ainda deve ser submetida a votação no Parlamento e promulgada pelo presidente.
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