O Ministério Público do Peru apresentou, nesta terça-feira (7), uma acusação contra o ex-presidente Ollanta Humala e sua mulher, Nadine Heredia, por suspeita de lavagem de dinheiro, no âmbito do escândalo de corrupção da construtora brasileira Odebrecht - informou um promotor.
"Estamos apresentando uma acusação formal contra o ex-presidente Ollanta Humala e sua esposa pelo suposto crime de lavagem de dinheiro no caso de corrupção da empresa Odebrecht", declarou o promotor Germán Juárez Atoche, integrante da equipe que investiga esse escândalo.
Juárez Atoche, que entregou na Sala Penal Nacional do Judiciário o documento de 1.500 páginas sobre o qual o MP apoia sua acusação, indicou que o ex-presidente e sua esposa também são acusados de "liderar uma organização criminosa para lavar dinheiro".
A Sala Penal deverá decidir se a acusação está de acordo com a lei e marcar a data do julgamento contra Humala, um militar aposentado de tendência nacionalista que governou o Peru de 2011 a 2016.
Esta é a primeira acusação contra um ex-presidente peruano pelo escândalo da Odebrecht, empresa que reconheceu ter distribuído milhões de dólares no Peru em propinas e doações ilegais de campanha.
O escândalo atinge quatro ex-presidentes peruanos, entre eles Alan García (1985-1990 e 2006-2011), que cometeu suicídio em 17 de abril, quando seria preso no âmbito desta investigação.
Humala, de 56 anos, e sua esposa, Nadine, de 42, ficaram em prisão preventiva por nove meses neste caso. Ambos são acusados de receber uma contribuição ilegal de três milhões de dólares da Odebrecht na campanha que o levou ao poder em 2011.
A ex-primeira-dama é acusada, porque o ex-chefe da Odebrecht no Peru, o brasileiro Jorge Barata, confessou aos promotores peruanos ter entregue o dinheiro a ela, pessoalmente.