Os organizadores estatais da jornada contra a homofobia e a transfobia em Cuba, que retiraram seu tradicional desfile do programa oficial este ano, convocaram a comunidade LGBT a não participar de uma parada convocada por grupos dissidentes.
Esta semana, o Centro Oficial de Educação Sexual (Cenesex) informou que a "conga" não seria realizada. As jornadas começaram na última década.
Na sequência, o órgão lançou uma convocação independente para este sábado, 11 de maio, via redes sociais.
"Quem, de verdade, quiser defender as jornadas pode cerrar fileiras junto com o Cenesex e o comitê organizador desta 12ª edição, para garantir seu sucesso, e não se somar a provocações", disse o Cenesex em um comunicado.
Diante disso, grupos não oficiais convocaram uma marcha de protesto pela suspensão do evento, também neste sábado, nas imediações do Parque Central da capital.
Dirigido pela deputada Mariela Castro, filha do ex-presidente e primeiro-secretário do Partido Comunista (PCC, único), Raúl Castro, o Cenesex está subordinado ao Ministério da Saúde e é o principal organizador desta atividade.
A suspensão da marcha oficial foi justificada pelas "novas tensões no contexto internacional" e "regional" que afetam Cuba "e têm impactos tangíveis e intangíveis" no desenvolvimento da vida cotidiana e na implementação das políticas do Estado cubano". O Cenesex não especificou a que se referia.
Para este centro, as ações de oposição são promovidas por grupos "que sempre foram distantes e até contrários à organização deste tipo de evento" e que utilizam a suspensão da marcha "como arma contra nossa instituição" e contra o Estado, o governo e o Partido Comunista.
A Jornada contra a Homofobia e a Transfobia acontece de 7 a 23 de maio, com cerca de 30 atividades em Havana e em Camagüey.