O escritor americano Herman Wouk, famoso autor de romances sobre a Segunda Guerra Mundial e a vida dos judeus americanos, morreu nesta sexta-feira em sua residência em Palm Springs, na California, aos 103 anos, anunciou Joseph, filho do autor, através do Facebook.
"Meu adorado pai, Herman Wouk... 27 de maio de 1915 - 17 de maio de 2019", postou Joseph Wouk junto a uma foto do pai, anunciando que começou a semana de luto segundo o judaísmo.
A imprensa dos Estados Unidos informou que o autor do famoso romance "The Caine mutiny" faleceu dormindo, dez dias antes de completar 104 anos.
Tomando como base sua experiência num navio militar no oceano Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial, escreveu "The Caine mutiny", publicado em 1951 e baseado que lhe deu o prêmio Pulitzer.
Wouk se alistou na Marinha após o ataque a Pearl Harbor, participou de oito invasões e ganhou várias medalhas militares.
O romance foi levado aos palcos da Broadway, ao cinema com Humphrey Bogart como protagonista (o filme recebeu o título em português de "A nave da revolta") e foi adaptado para TV em forma de minisérie dirigida por Robert Altman.
Após finalizar o livro, confessou à rádio pública NPR que escreveu em seu diário: "Se não me engano, é um bom livro. Mas ainda não é o livro de guerra que queria escrever".
Continuou escrevendo sobre a guerra, e publicou dois ambiciosos romances com cerca de mil páginas cada um, "Ventos da guerra" (The winds of war), em 1971, e "War and remembrance", em 1978, que em 1988-89 virou uma minissérie com Robert Mitchum.
Nascido em uma família de imigrantes judeus russos do Bronx, descreveu também sua experiência nessa comunidade no livro "Marjorie Morningstar" (1955), no qual conta a história de uma jovem em busca da fama no mundo dos espetáculos.
Esse romance lhe valeu uma capa na revista Time e virou filme homônimo estrelado por Natalie Wood e Gene Kelly.
Não era admirado pela crítica literária, mas isso não o impediu vender milhões de livros durante a carreira de 70 anos.
Em 2012, logo após lançar "The lawgiver" e quase centenário, disse ao jornal The New York Times que estava iniciando outro projeto. "O que vou fazer? Ficar sentado sem fazer nada durante un ano?"