O Brasil anunciou nesta quarta-feira (22) seu apoio ao candidato chinês para a direção-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Qu Dongyu.
"O governo brasileiro apoia a candidatura de Qu Dongyu, vice-ministro da Agricultura e de Assuntos Agrícolas da China", indicou uma nota conjunta dos ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura.
A FAO deve eleger no próximo 22 de junho em sua sede de Roma o sucessor do brasileiro José Graziano da Silva, que cumpriu dois mandatos como diretor-geral.
Há cinco candidatos na disputa, de Camarões, China, França, Geórgia e Índia.
A decisão brasileira foi comunicada em momentos em que se celebra no país asiático o quinto encontro da comissão de cooperação bilateral sino-brasileira (Cosban), com participação do vice-presidente Hamilton Mourão.
Ocorre apesar do alinhamento diplomático do governo do presidente Jair Bolsonaro com os Estados Unidos, imerso em uma guerra comercial com a China.
Mas segundo Rubens Barbosa, ex-embaixador brasileiro em Washington e atual presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), trata-se de uma decisão "normal".
"Não me surpreende, porque a posição do governo Bolsonaro mudou. No início, tinha uma retórica contra a China, mas isso mudou totalmente, porque a China é o principal sócio comercial do Brasil", disse Barbosa à AFP.
Brasil e China integram, junto com a Rússia, Índia e África do Sul, o grupo Brics de potências emergentes, que tem previsto celebrar em novembro uma reunião em Brasília.