Jornal Estado de Minas

França procura suspeito de ataque a bomba em Lyon

A França mobilizou "todos os meios" para "deter rapidamente" o autor do ataque a bomba que feriu levemente 13 pessoas na sexta-feira (24) na cidade de Lyon, declarou neste sábado (25) o procurador da República de Paris, Rémy Heitz.

"Todos os meios foram estabelecidos para a identificação e interpelação rápida do autor" do crime, anunciou Heitz à imprensa, informando que "nenhuma reivindicação" foi feita até o momento.

A polícia lançou um chamado a testemunhas e divulgou a fotografia do suspeito, registrado por uma câmera de vigilância municipal. Nela, um homem aparece "com um suéter escuro de mangas compridas" e uma "bermuda clara" empurrando uma bicicleta preta.

"Temos um sistema de câmeras de segurança bastante estendido. Graças a isso pudemos ver a pessoa chegar e ir em sua bicicleta. Talvez teremos testemunhas que nos ajudem na investigação", declarou o prefeito de Lyon e ex-ministro do Interior Gérard Collomb, contactado por telefone pela AFP.

A cidade de Lyon (centro-leste), com seus meio milhão de habitantes, é a terceira mais populosa da França, depois de Paris e Marselha.

A seção antiterrorista da Procuradoria de Paris, responsável pelo caso, abriu "uma investigação por tentativa de assassinato em conexão com atividades terroristas e associação criminosa terrorista".

No entanto, a ministra da Justiça, Nicole Belloubet, ressaltou na sexta-feira à noite que era "muito cedo" para falar sobre um "ato terrorista".

Suspeita-se que o indivíduo tenha deixado uma sacola ou pacote explosivo, com parafusos ou pregos dentro, em frente a uma padaria em uma rua comercial de pedestres no centro de Lyon.

De acordo com o último balanço, 13 pessoas, incluindo uma menina de dez anos, ficaram levemente feridas, "atingidas principalmente nos membros inferiores", segundo o ex-ministro.

O prefeito do distrito dois de Lyon, Denis Broliquier, afirmou que "a carga explosiva era relativamente pequena, já que a onda expansiva fez estourar os vidros do balcão da padaria, mas sem causar outros danos".

Uma fonte administrativa local confirmou neste sábado à AFP que o pacote continha uma "carga explosiva relativamente fraca" e foi "ativada a distância".

Esta manhã a polícia retirou o cordão de isolamento no local e alguns transeuntes pareciam curiosos com os numerosos jornalistas concentrados em frente à padaria onde ocorreu a explosão.

O estabelecimento, cuja porta de metal seguia fechada, e seus arredores não mostravam sinais da explosão, constatou um jornalista da AFP.

Em uma primeira reação na sexta-feira, o presidente Emmanuel Macron falou de "um ataque", mas em um tuite postado à noite foi mais cauteloso, lamentando simplesmente "a violência", antes de dirigir seus "pensamentos" para os feridos.

A França se prepara para votar no domingo para eleger seus deputados para o Parlamento Europeu. A votação começou em vários Estados já na quinta-feira, incluindo no Reino Unido.

O país experimentou uma onda de ataques jihadistas sem precedentes desde 2015, que causou um total de 251 mortes.

O último, em 11 de novembro de 2018 em Estrasburgo (nordeste), causou cinco mortes e 10 feridos.

Desde os eventos em Estrasburgo, o plano nacional de combate ao terrorismo (Vigipirate) permaneceu no nível de "segurança reforçada - risco de atentado" em todo o território francês, sinal de persistente ameaça terrorista.

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