Autoridades do Zimbábue autorizaram a caça a búfalos com arco e flecha, para atrair parte do crescente mercado da caça esportiva, informou neste sábado um funcionário da administração de parques naturais.
"Como parte da diversificação dos nossos produtos, incluímos a caça com arco e flecha para atrair pessoas ao Zimbábue", indicou à AFP o porta-voz da administração de parques e fauna silvestre, Tinashe Farawo.
O mercado de caçadores endinheirados do mundo desenvolvido em busca de troféus está se tornando cada vez mais competitivo. No começo da semana, a vizinha Botsuana terminou com cinco anos de proibição da caça a elefantes, gerando protestos dos conservacionistas, que rejeitam o argumento de que a medida ajudará a atrair dinheiro para os países pobres e levará a uma melhor administração das reservas animais.
"O que estamos fazendo é captar este mercado para termos uma receita maior, investirmos mais na proteção da fauna, melhorar nossa economia e criar mais empregos", explicou Farawo.
O Zimbábue abriga uma população saudável de búfalos, calculada em centenas de milhares de exemplares. A vida silvestre é uma atração para turistas e caçadores provenientes de Estados Unidos, Europa e África do Sul em busca de troféus.
No começo do mês, o governo, que enfrenta uma severa crise econômica e financeira e tenta atrair divisas, anunciou ter vendido cerca de 100 elefantes a China e Dubai por 2,7 milhões de dólares nos últimos seis anos, alegando uma superpopulação nos parques nacionais e que os animais invadem assentamentos humanos, destroem cultivos e representam uma ameaça para a população.
A publicação "The Chronicle" afirmou que 93 elefantes foram trasladados para parques da China e quatro, para Dubai, entre 2012 e 2018. Os animais foram vendidos a preços que variam entre 13.500 e 41.500 dólares cada.