Warner e Universal se uniram ao crescente número de estúdios de Hollywood que ameaçaram deixar de produzir no estado da Geórgia caso a polêmica lei antiaborto entre em vigor.
"Acompanharemos de perto a situação e se a nova lei se mantiver, reconsideraremos a Geórgia como sede de qualquer nova produção", anunciou a Warner Media em um comunicado enviado à AFP.
Netflix e Disney também comunicaram que que reconsiderariam produzir no estado conhecido como "Hollywood do sul", se lei que proíbe interromper a gravidez depois de seis semanas de gestação for aplicada.
Além da Geórgia, outros estados do sul, incluindo o Alabama, o Missouri e a Luisiana, adotaram legislações similares.
A NBC Universal disse que espera que essas leis enfrentem "sérios desafios legais" e que não entrem em vigor "enquanto esses processos continuem nos tribunais".
"Se alguma dessas leis for ratificada, isso teria um forte impacto no processo de tomada de decisões dos lugares onde produziremos nosso conteúdo futuro", acrescentou.
A Geórgia se tornou o terceiro maior centro de produção do país graças aos incentivos fiscais de até 30% - entre os mais generosos do mundo - que oferece às produtoras de cinema e televisão.
Somente no ano passado, 92.000 postos de trabalho no estado estavam relacionados com a indústria, com um impacto econômico de 9 bilhões de dólares na produção.
No entanto, a próxima relação se vê agora ameaçada pela lei sobre o aborto, sancionada em 7 de maio pelo governador republicano, Brian Kemp.
A lei levou ativistas, atores e outros membros da indústria do entretenimento a boicotear o estado.
O objetivo de círculos conservadores é a revogação da histórica decisão de 1973 da Suprema Corte no caso Roe contra Wade, que legalizou o aborto em todo o país.
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