Jornal Estado de Minas

Preso policial que não agiu durante massacre na escola de Parkland

O policial que foi chamado de "covarde" pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por não ter agido quando um atirador matou 17 pessoas numa escola em Parkland, Flórida, foi detido nesta terça-feira por negligência.

O ex-oficial Scot Peterson, de 56 anos, foi preso por sete acusações de negligência em relação a um menor de idade, três por negligência culposa e uma por perjúrio, informou a porta-voz do Departamento de Polícia da Flórida (FDLE).

Um mês após o ataque realizado em 14 de fevereiro do ano passado, foi divulgado um vídeo que mostrava Peterson do lado de fora da escola Marjory Stoneman Douglas da cidade de Parkland, ao norte de Miami, enquanto ocorria o massacre.

Peterson "não fez absolutamente nada para evitar o tiroteio no MSD que matou 17 crianças, professores e funcionários e feriu outras 17 pessoas", disse o comissário do FDLE Rick Swearingen.

"Não pode haver desculpas para sua completa inação nem se pode questionar que esta inércia custou vidas", acrescentou.

Ao tomar conhecimento da notícia, Fred Guttenberg, pai de Jamie, de 14 anos, que morreu no ataque, disse que Petersen poderia "apodrecer no inferno".

"Poderia ter salvado um dos 17. Poderia ter salvado minha filha", escreveu Guttenberg no Twitter. "Não fez nada e depois mentiu e agora merece a miséria que está por chegar".

Gregory Tony, o novo xerife do condado de Broward (ao qual pertence Parkland), disse que "nunca é muito tarde para prestar contas e se fazer justiça".

Peterson era o policial que estava em serviço na escola MSD quando ocorreu o tiroteio que lançou um movimento nacional contra as armas.

Segundo o comunicado, o oficial não procurou saber de onde vinham os disparos e ficou escondido durante o ataque enquanto as vítimas eram atingidas. Também recomendou aos outros policiais que foram ao local do crime que permanecessem a 150 metros do edifício.

Em março do ano passado, quando foi divulgado o primeiro dos vídeos, Trump acusou o policial de ter sido covarde e disse que teria entrado na escola se estivesse no lugar dele.

Peterson respondeu através de um advogado assegurando que agiu conforme o protocolo da polícia, posição que tem mantido até agora.

.